Título: Petrobras arrenda térmica Piratininga da paulista Emae
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 28/03/2007, Empresas, p. B9

A Petrobras e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), controlada pelo governo do Estado de São Paulo, fecharam um acordo para o arrendamento da Termoelétrica Piratininga. Localizada na capital paulista, a termoelétrica pertence à Emae, que ainda precisa do aval de seus acionistas para sacramentar a operação. A reunião está marcada para 10 de abril.

Mesmo ainda dependendo do crivo dos acionistas, o contrato já tem suas linhas gerais desenhadas. Segundo o acordo, a Petrobras arrendará a térmica junto a Emae por 17 anos, pagando anualmente R$ 45 milhões. E ainda vai desembolsar outros R$ 15 milhões anuais nos primeiros cinco anos do acordo para que a empresa paulista opere e cuide da manutenção da Piratininga. Neste caso, esta cláusula poderá ser renovada, mediante acordo entre as partes.

Com esse contrato, contudo, a Petrobras terá direito a explorar a geração de energia elétrica de Piratininga. E, segundo fato relevante, a operação ainda prevê a possibilidade de a estatal vir a comprar a termoelétrica, cuja opção de aquisição poderá ser exercida no 12º ano do contrato.

Procurada, a Petrobras não deu informação alguma até o fechamento desta edição. Mas nos últimos anos, a estatal desembolsou R$ 1,5 bilhão para aumentar a capacidade instalada da usina termoelétrica, que passou de 370 megawatts (MW) para 560 MW. No entanto, em janeiro deste ano, Ildo Sauer, diretor da área de gás e energia da estatal, havia dito ao Valor que a usina teria capacidade para alcançar até 600 MW.

"Os recursos foram aplicados em quatro turbinas, além da modernização de dois equipamentos a vapor que serão usados na geração de energia a partir do ciclo combinado", disse o diretor da estatal. Gerar o insumo a partir do ciclo combinado é usar os gases e vapores emitidos pelos turbogeradores.

Por ora, a Petrobras ainda não dá indicação alguma, mas há um plano na estatal de aumentar a capacidade desta termoelétrica para 800 MW. A idéia inicial era acrescentar esses 200 MW usando óleo combustível.

Com esse incremento de capacidade instalada, a Petrobras poderá gerar 4,5 mil MW de energia a partir de suas 13 termoelétricas. E, segundo o diretor da estatal, desse montante, 1000 MW já foram vendidos. Sobre se há gás disponível ou não para o aproveitamento de toda essa capacidade, o executivo havia explicado que "a Petrobras cumpre seus contratos e se alguma operação está sem gás, é porque não houve contratação".

Sauer deu a entender que a Petrobras fará sua parte para que não haja apagão no país. E cita o que representam os US$ 22 bilhões que a estatal vai investir em seus empreendimentos nos próximos anos. Diz que a produção de gás natural subirá de 25 milhões de metros cúbicos para 70 milhões e além disso contará com 20 milhões de Gás Natural Liquefeito (GNL), sendo 14 milhões no Rio de Janeiro e 6 milhões no Ceará.