Título: Obras em aeroportos ficam 12% mais caras em 12 meses
Autor: Dias, Guilherme Soares; Pedroso, Rodrigo
Fonte: Valor Econômico, 26/12/2012, Brasil, p. A3

O custo total de obras em aeroportos nas cidades incluídas na matriz de responsabilidade para a Copa de 2014 subiu 12% em 12 meses, o de acordo com relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU). Em dezembro deste ano, o valor previsto aumentou para R$ 7,3 bilhões, ante os R$ 6,5 bilhões estimados em dezembro de 2011. Os maiores aumentos aconteceram em Viracopos e Guarulhos, aeroportos concedidos à iniciativa privada no primeiro semestre do ano. Por outro lado, não houve reajuste de preços nas obras de portos, apesar de o TCU ter registrado atrasos na maioria delas.

Nos aeroportos de Manaus, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Rio e Porto Alegre, os trabalhos obedecem ao cronograma previsto. Nos demais, o cenário é preocupante. As reformas nem começaram, por exemplo, em Natal e Cuiabá.

Em Salvador e Curitiba, o TCU registra alongamento dos prazos de entrega. Na capital baiana, a reforma e ampliação do terminal de passageiros e a ampliação do pátio de aeronaves, que tinham previsão de término em julho de 2013, agora estão com estimativa para novembro e setembro, respectivamente.

As concessões também ajudaram a atrasar o cronograma de Viracopos, Guarulhos e Brasília em relação aos prazos iniciais. O terminal de passageiros da capital federal era para ter sido entregue em julho. O preço estimado para a obra, ao contrário das demais, caiu, segundo o TCU: de R$ 864 milhões para R$ 650 milhões.

As obras de reforma de pista, pátio e terminais de passageiros dos aeroportos paulistas eram para serem entregues ao fim deste ano. Como em Brasília, esses trabalhos ainda estão em andamento. Contudo, a perspectiva é que eles fiquem prontos antes da Copa.

Em Guarulhos, o custo total das reformas subiu de R$ 1,3 bilhão, antes da concessão, para R$ 2 bilhões. Entretanto, desse total, R$ 1,42 bilhão será pago pelo consórcio que agora administra o aeroporto. Em Viracopos, antes a Infraero iria bancar os R$ 877 milhões previstos para as reformas. Agora, o valor de R$ 1,18 bilhão será pago pelo consórcio vencedor.

Nos sete portos com obras ligadas à Copa, a situação é de atraso no início dos trabalhos, mas com o valor total previsto sem mudança de um ano ao outro: R$ 898 milhões.