Título: Petrobras garante suprimento de gás para térmicas
Autor: Schüffner , Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 10/01/2013, Brasil, p. A4

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem que não está faltando gás no Brasil. "Não há a menor condição de faltar gás para atender todas as térmicas", disse a executiva.

Mostrou que a estatal está preparada para atender picos e vales Segundo ela, na terça-feira foram oferecidos 85,1 milhões de metros cúbicos de gás natural na rede interligada de gás e 5 milhoes no sistema isolado da região Norte. Desse gás, 30,4 milhões importados da Bolívia e 14,5 milhões de gás natural liquefeito (GNL) importado.

Graça informou ainda que ontem foram gerados 9.894 MW médios de energia elétrica, dos quais 6.655 MW médios por meio de térmicas a gás, e 3.239 MW médios por térmicas a óleo. Para exemplificar que não está faltando gás no mercado, Graça Foster disse que ainda há espaço nos terminais de GNL para importar 9,52 milhões de metros cúbicos diários.

Como o GNL está com preços altíssimos no mercado internacional - o diretor de gás e energia da Petrobras, Alcides Santoro, informou ter comprado cargas por preços entre US$ 12 e US$ 18 por milhão de BTU - a estatal cortou o fornecimento para clientes com contrato que pode ter o suprimento interrompido. Segundo a estatal, esse tipo de contrato representa apenas 4% (equivalente a 1,8 milhões de metros cúbicos) de um total dos 49 milhões de metros cúbicos/dia sob contrato, dos quais 90% têm garantia de entrega.

Lembrando que não pode antecipar o resultado da companhia, a presidente da Petrobras garantiu que não está tendo prejuízo na área de gás e energia. Sem querer comentar cálculos que mostram prejuízo pela aquisição de GNL no mercado spot a preços mais altos que os de venda para térmicas, Graça lembrou que a Petrobras é uma companhia integrada que produz e importa gás e gera energia elétrica. A estatal tem usinas próprias capazes de gerar 5 mil MW médios, dos quais apenas 2 mil MW têm preços estabelecidos em leilões. O resto está indo para o mercado livre, onde a energia está sendo vendida por R$ 555.