Título: Alckmin junta Serra e Maluf em posse de petebista
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 15/01/2013, Política, p. A5

O que era para ser uma protocolar cerimônia de posse do novo secretário de uma das pastas de menor caixa do governo de São Paulo - a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, com orçamento de apenas R$ 164,2 milhões para 2013, menos de 1% da peça orçamentária - se transformou ontem em uma verdadeira reunião de personalidades da política paulista, que lotou o Salão dos Despachos do Palácio dos Bandeirantes.

Com a nomeação de José Aurichio Júnior (PTB), ex-prefeito de São Caetano do Sul, os petebistas agora detêm o comando das pastas de Esportes tanto da capital paulista, com o vereador Celso Jatene, quanto do Estado. Tudo em tempos de proximidade da realização da Copa do Mundo de Futebol, que será no Brasil em 2014. O partido está à frente também da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cujo presidente é o ex-governador - biônico, entre 1982 e 1983 - José Maria Marin, que prestigiou a posse do correligionário Aurichio.

Presente à cerimônia, o ex-governador e hoje deputado federal Paulo Maluf (PP) apenas riu quando questionado sobre a frequência cada vez maior com que aparece em eventos do governo paulista. Seu partido está à frente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), mas anseia há tempos pelo comando da Secretaria de Habitação, que já tem em nível municipal, no governo de Fernando Haddad (PT). Tanto o PT quanto o PSDB querem contar com Maluf e seu PP como aliados na disputa pela sucessão estadual, em 2014, quando Alckmin deve concorrer à reeleição.

Derrotado na eleição municipal, José Serra (PSDB) também esteve presente. Recebeu muitos cumprimentos, mas passou quase todo o evento com o semblante sério. Sorriu apenas quando Alckmin lembrou que o novo secretário é, tal como Serra, torcedor do Palmeiras. Boa parte do secretariado estadual compareceu ao evento, bem como prefeitos da região do ABC paulista, do qual São Caetano do Sul faz parte. Dirigentes de várias siglas aliadas ao governo também circulavam pelos corredores do Palácio paulista.

Nos próximos dias, o governador deve decidir quem comandará duas pastas que estão sob gestão provisória: a politicamente influente Pasta de Desenvolvimento Metropolitano, já que o secretário Edson Aparecido (PSDB) foi deslocado para a Casa Civil; e a endinheirada Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com orçamento de R$ 12,8 bilhões, que ficou sem seu titular Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), eleito prefeito de Santos.

Alckmin também sancionou a lei do novo piso regional de São Paulo. O salário mínimo no Estado passa de R$ 690 para R$ 755 para a primeira faixa, que inclui trabalhadores domésticos, serventes e motoboys, entre outros. A segunda faixa, que agrega pedreiros, operadores de telemarketing e cabeleireiros, passa para R$ 765. A terceira faixa, referente a representantes comerciais e técnicos em eletrônica, por exemplo, terá piso de R$ 775. O salário mínimo nacional é de R$ 678.

O reajuste estadual passa a vigorar em 1º de fevereiro.