Título: Falta mulher no governo, dizem críticos
Autor: Dwoskin, Elizabeth
Fonte: Valor Econômico, 15/01/2013, Especial, p. A12

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vem recebendo críticas por não selecionar mulheres para postos de seu gabinete no segundo mandato. Até o momento, a preferência de Obama tem ficado apenas para colaboradores homens e brancos, como John Kerry, atual senador pelo Estado de Massachusetts e candidato derrotado à Presidência em 2004, que a partir do dia 20 ocupará a vaga de Hillary Clinton no Departamento de Estado.

"Após as mulheres terem se afirmado decisivamente nesta eleição e colocado o presidente Obama de volta na Casa Branca, é perturbador que ele até agora tenha preenchido os postos vagos com homens", afirmou Nita Chaudhary, presidente da UltraViolet, uma organização que defende a igualdade dos sexos. "Merecemos ser representadas nos cargos mais altos do país. E ele deveria saber que as mulheres estão observando atentamente."

As mulheres, que representam 53% do eleitorado americano, foram cruciais na eleição de novembro. Segundo pesquisas de boca de urna, Obama teve a preferência de 55% das mulheres, contra um apoio de apenas 44% para o republicano Mitt Romney.

Durante entrevista coletiva ontem para falar sobre o teto da dívida pública americana, Obama defendeu-se das críticas, dizendo que as pessoas deveriam esperar até todos os cargos do secretariado e da Casa Branca estarem preenchidos e não "se apressarem no julgamento".

"Tenho muito orgulho de que nos primeiros quatro anos tivemos uma Casa Branca e um gabinete tão diverso ou ainda mais do que qualquer outro na história", disse. "E pretendo manter isso", acrescentando que uma equipe que tem diversidade cria melhores políticas públicas.

Segundo fontes ouvidas pelas agências de notícias, há pelo menos quatro mulheres sendo consideradas para cargos no próximo governo de Obama. Ruth Porat, diretora financeira do Morgan Stanley, poderia ser convidada para ser a principal auxiliar de Jack Lew, o futuro secretário do Tesouro. Com sua profunda experiência no mercado financeiro, ela complementaria uma lacuna no currículo de Lew, cuja especialidade é a área orçamentária.

A presidente da Fundação Wal-mart, Sylvia Mathews Burwell, está cotada para a posição de diretora do Departamento de Administração e Orçamento (OMB, na sigla em inglês). Burwell já foi vice-diretora do departamento durante o governo Bill Clinton (1993-2001). Para chefiar o Departamento do Comércio, especula-se o nome de Ursula Burns, CEO da Xerox. E para a Agência de Proteção Ambiental fala-se na governadora de Washington, Christine Gregoire.