Título: Partido arrecada para condenados pelo STF
Autor: Agostine, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 17/01/2013, Política, p. A9

O PT começou a arrecadar recursos para pagar as multas de petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. Hoje será realizado o primeiro evento, em Brasília, com a venda de convites que custam até R$ 1 mil para um jantar. Somadas, as multas recebidas pelos deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), pelo ex-ministro José Dirceu e pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares chegam a R$ 1,8 milhão.

O jantar será realizado em uma galeteria e foi organizado pela Juventude do PT do Plano Piloto, no Distrito Federal. Dos 170 convites, 100 já foram vendidos. O mais barato custa R$ 100, mas há entradas de R$ 200, R$ 500 e R$ 1 mil. "Cada um paga o que puder", disse o dirigente do PT zonal José Wilson da Silva, um dos organizadores do jantar.

O evento foi batizado de "Jantar 470", em referência à Ação Penal 470, do mensalão. Será a primeira atividade do PT para arrecadar recursos para os condenados. O montante será entregue para o tesoureiro do PT nacional, João Vaccari Neto.

Dirigente do PT zonal e um dos organizadores do jantar, Pedro Henrichs disse que novos eventos de arrecadação devem ser realizados em todo o país. "O PT já fez dois atos em apoio aos petistas, em São Paulo e em Curitiba, mas agora começaremos a levantar recursos", disse Henrichs, integrante da coordenadoria da juventude do governo do Distrito Federal, comandado por Agnelo Queiroz (PT).

Na propaganda do evento, os petistas afirmam que os recursos irão para o pagamento de uma multa milionária "em desfavor de alguns de nossos principais dirigentes, em especial, José Dirceu e José Genoino". Dirceu foi condenado a pagar R$ 676 mil; Genoino recebeu uma multa de 468 mil e João Paulo Cunha, de R$ 370 mil. Delúbio Soares, que não é dirigente do PT, mas voltou ao partido em 2011, foi condenado a pagar multa de R$ 325 mil.

O grupo petista entregará no fim deste mês uma carta à Organização dos Estados Americanos (OEA) criticando o julgamento do mensalão pelo Supremo. "Houve uma condenação sem provas", disse Henrichs.