Título: Fornecimento de energia deve ficar mais estável
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 10/01/2005, Brasil, p. A3

O fornecimento de energia para o Rio de Janeiro e Espírito Santo deve ficar mais estável a partir de março, quando será inaugurada a linha de transmissão de Furnas ligando Ouro Preto (MG) a Vitória (ES). Isso porque esse reforço no atendimento ao Espírito Santo deixará maior folga para o sistema de transmissão que atende o Rio, que junto com o estado vizinho fica hoje no que se chama "ponta" do sistema elétrico interligado, explicou Luiz Eduardo Barata, diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com Barata, o Espírito Santo, que hoje é atendido por intermédio do Rio, passará a contar com a energia de todo o sistema elétrico nacional, que chegará àquele estado atravessando o sistema de transmissão da Cemig. O sistema elétrico nacional voltou a ser foco de atenções, inclusive da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, na sexta-feira, após novo desligamento no fornecimento para o Rio e o Espírito Santo durante cerca de meia hora. A capital do Rio escapou, mas foram atingidas as cidades de Campos, Macaé, Cabo Frio, Petrópolis e Teresópolis. No Espírito Santo foram desligadas a capital, Vitória, e Cachoeiro do Itapemirim. O novo blecaute foi causado por uma série de fortes descargas elétricas que levaram ao desligamento de dois circuitos de alta tensão (345 Kv) na linha de transmissão que faz a ligação Adrianópolis (SP) - Campos (RJ) -Macaé (RJ) - Vitória (ES). O primeiro desligamento no Rio ocorreu às 15h17 com o fornecimento sendo restabelecido às 15h39. O segundo, que atingiu o Espírito Santo, ocorreu às 15h19, com o fornecimento sendo retomado às 15h49. O ONS garante que não há qualquer conexão com o blecaute do outro sábado, quando houve falha humana. A ministra reiterou que não há riscos de apagão. "Racionamento e apagão são decorrentes de problemas estruturais, de desequilíbrios entre oferta e demanda ou por linhas de transmissão insuficientes. Não existe, no Brasil, ameaça de apagão ou de racionamento", afirmou, em nota. (Colaborou Daniel Rittner, de Brasília)