Título: Riscos atingem petróleo e aço
Autor: Viri, Natalia; Facchini, Claudia
Fonte: Valor Econômico, 09/01/2013, Empresas, p. B1

A disparada nos preços da energia já começa a contaminar outras companhias. Ontem, as ações da Petrobras e das siderúrgicas foram impactadas pela crise no setor de energia.

Os papéis preferenciais (PN) da estatal petrolífera marcaram queda de 2,8%, para R$ 19,50, após notícias de que a companhia está pagando preços altos por importações de emergência de gás natural liquefeito (GNL) para abastecer térmicas, em meio à demanda forte ocasionada pelo inverno rigoroso na Europa e na Ásia.

Se não conseguir repassar esse valor para os preços, a companhia pode ter prejuízos milionários com as compras.

As siderúrgicas também sofreram no pregão de ontem. A mais afetada foi a Usiminas: as ações ordinárias (ON) caíram 3,90%, para R$ 13,05, e as preferenciais classe A, 3,16%, para R$ 11,92. A empresa gera apenas 20% do montante que consome (equivalente a 500 MW) e seria a mais exposta ao cenário de preços mais elevados bem como aos riscos de possível racionamento.

Suas concorrentes CSN e ArcelorMittal, ao contrário, são autossuficientes - e têm até excedentes - na oferta desse insumo. A energia é um item importante, com peso relevante nos custos, no processo de produção do aço.

Também dependente de suprimento externo, embora em situação mais confortável que Usiminas, a Gerdau foi menos castigada pelos investidores. A ação ON fechou com queda de 1,18%, a R$ 16,70, e a PN, 1,76%, para R$ 18,90.

A Usiminas informou em 2011 que um dos seus planos era investir até R$ 2 bilhões para atingir a autossuficiência de energia em 2015, tanto em termelétricas dentro de suas usinas de aço (Cubatão e Ipatinga), como em projetos de co-geração e até de geração hidroelétrica. Disse na época que estava em andamento um projeto de uma termelétrica em Cubatão (SP) com potência de 200 MW. Com a autossuficiência, previa reduzir sua conta de energia em R$ 350 milhões por ano.