Título: PIB cresce 2,1% em 2013, diz pesquisa
Autor: Politi, James; Foley, Stephen
Fonte: Valor Econômico, 18/12/2012, Internacional, p. A10

Economistas americanos acreditam que os Estados Unidos terão um crescimento modesto em 2013, com a força da economia vindo de uma maior recuperação do setor imobiliário residencial, que ajudará a compensar a fraqueza dos investimentos corporativos.

Em sua mais recente pesquisa, a Associação Nacional de Economia de Negócios (Nabe, na sigla em inglês, principal entidade de economistas dos EUA), diz que a economia deverá crescer 2,1% em 2013, após expansão de 2,2% em 2012. Se confirmado, isso dará sequência ao mesmo crescimento morno que o país vem registrando desde o fim da Grande Recessão, em meados de 2009.

Crescer nesse ritmo não é bom o suficiente para uma melhoria significativa na taxa de desemprego. Os economistas da Nabe acreditam que a taxa de desemprego ficará em média em 7,7% no ano que vem, justamente o mesmo nível registrado em novembro.

Os 48 economistas associados à Nabe que participaram da pesquisa basicamente mantiveram as expectativas demonstradas anteriormente em outubro. Eles têm expectativas modestas para 2013, mas acreditam que haverá uma lenta melhoria do crescimento no decorrer do ano.

Para o atual trimestre, os economistas estão prevendo um crescimento de 1,6% para o PIB americano, em comparação aos 2,7% do período julho-setembro. Parte dessa desaceleração, segundo acreditam os economistas, será um reflexo dos danos provocados pela tempestade Sandy, que atingiu o nordeste dos EUA em 29 de outubro.

Cerca de metade dos economistas consultados acredita que a Sandy será responsável por uma redução de 0,2 a 0,5 ponto porcentual no crescimento do trimestre corrente, e cerca de um terço dos economistas acredita que a tempestade será responsável por um crescimento similar de 0,2 a 0,5 ponto porcentual nos primeiros três meses do ano que vem.

Os economistas da Nabe esperam um crescimento anualizado do PIB de 1,8% para o primeiro trimestre, seguido de 2,4% no segundo trimestre, 2,6% no terceiro e 3% no quarto trimestre de 2013.

Nayantara Hensel, presidente do painel de economistas da Nabe e professora de negócios da Universidade da Defesa Nacional, de Washington, diz que parte do otimismo com a melhoria do crescimento se deve à crença de que o governo chegará a uma solução na questão do abismo fiscal. Esse é o nome que vem sendo dado ao grande aumento dos impostos e corte dos gastos públicos que entrará automaticamente em vigor em janeiro se o Congresso e o governo Barack Obama não chegarem a um acordo em relação ao Orçamento.

"Os economistas acreditam que assim que houver uma maior clareza quanto ao Orçamento e às questões fiscais, haverá uma menor incerteza da parte das empresas e dos consumidores", disse ela.

Os economistas dizem ainda que o setor imobiliário residencial terá novamente um bom desempenho, com os investimentos em imóveis residenciais crescendo a uma taxa anual de 12% no ano que vem. As construtoras deverão começar a erguer 930 mil novas moradias em 2013, um crescimento de 21% sobre este ano, enquanto os preços deverão aumentar 3,5%, após um ganho previsto de 3% para este ano.