Título: Luiz Carlos Santos morre em São Paulo
Autor: Klein , Cristian
Fonte: Valor Econômico, 01/02/2013, Política, p. A9
Morreu ontem, aos 80 anos, o ex-ministro Luiz Carlos Santos, articulador político encarregado da aprovação da emenda da reeleição durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Seu corpo começou a ser velado no fim da tarde, na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde compareceram amigos e políticos, entre os quais o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), os deputados federais Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), e o deputado estadual e presidente da Assembleia, o tucano Barros Munhoz.
Luiz Carlos Santos foi vereador nos anos 60 e, depois do início da redemocratização, exerceu três mandatos de deputado estadual, mesmo número de vezes em que foi deputado federal. Seu último mandato foi entre 2003 e 2007.
No mesmo ano, foi convidado por Kassab para ser seu assessor especial na Prefeitura de São Paulo e, em 2011, saiu do DEM, junto com o ex-prefeito, para fundar o PSD, no qual era membro do diretório estadual e nacional.
Nos últimos anos, participou de conselhos de administração de empresas da prefeitura, como a Companhia São Paulo de Parcerias (SPP) e a SP Obras. "Ele tinha um estilo hábil e era o grande mestre da articulação política", afirmou Kassab.
O prefeito encontrou no velório o deputado federal Rodrigo Maia, com quem travou uma disputa pelo controle do DEM, após a eleição presidencial de 2010, que levaria ao racha do partido. Os dois conversaram. "Já estava tudo bem. Não tivemos problema", disse Kassab.
Durante o primeiro mandato de Fernando Henrique, Santos foi líder do governo na Câmara dos Deputados. Em seguida, assumiu o Ministério da Coordenação de Assuntos Políticos e foi o negociador pela aprovação da emenda constitucional, em 1997, que passou a permitir a reeleição a cargos majoritários.
A aprovação da emenda da reeleição causou constrangimento e críticas ao governo tucano pela acusação de suposta compra de votos de parlamentares.
Luiz Carlos Santos era mineiro de Araxá e foi filiado ao PDC, na República de 46; ao MDB, no regime militar, renomeado PMDB, de onde saiu para o PFL/DEM até se transferir para o PSD.
Em 1998, concorreu como vice na chapa de Paulo Maluf (PP) para governador de Estado.
O político morreu de infarto durante a madrugada enquanto dormia. Ele era casado com Maria Aparecida de Faria Santos e tinha duas filhas.