Título: Câmara discutirá tarifas
Autor: Janes Rocha
Fonte: Valor Econômico, 10/01/2005, Finanças, p. C8

A Fundação Procon São Paulo está em negociação com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) para criar um câmara técnica setorial de tarifas bancárias. A idéia é trazer para a câmara participantes do Ministério Público e associações de defesa do consumidor, além dos técnicos de ambas as entidades. A intenção é ampliar a discussão sobre o tema, trazendo a experiência de outros órgãos, para ajudar o consumidor na análise dos preços dos serviços bancários, explicou Vinicius Zwarg, diretor da área de serviços financeiros do Procon SP. "Nosso objetivo é discutir os problemas do segmento, à exemplo do que já temos para a habitação, turismo e eletroeletrônicos", disse Zwarg. A Febraban confirmou a participação nas negociações para criação da câmara mas não quis fazer comentários. Segundo Zwarg, a linha de trabalho da câmara será no sentido de estimular os "pacotes" ou "cestas" de tarifas que, na visão do Procon facilitam o entendimento por parte do consumidor e a pesquisa de preços. Zwarg diz que o Procon espera que o Banco Central estimule cada vez mais a concorrência bancária com medidas como a exigência de que os bancos coloquem no talão de cheques do cliente a frase "cliente do sistema financeiro desde..." trocando a atual "cliente (do banco) desde...", tomada recentemente pelo BC e que ajudam a "portabilidade" entre os bancos. "Mas como exigir portabilidade se o consumidor não consegue comparar os preços?", questiona o diretor do Procon SP. Todos os maiores bancos de varejo já trabalham com o conceito de "cestas" e "pacotes" de serviços e produtos e, ouvidos sobre a proposta de criação da câmara, mostraram que acabar com a dificuldade na comparação entre tarifas também os interessa. "É difícil comparar e padronizar as tarifas. Cada um tem sua estratégia de marketing e a única saída é usar a referência dos pacotes porque são poucos e geralmente o relacionamento banco-cliente começa com eles", disse Ibrahim Jamhour, diretor de produtos do Unibanco. "Entendemos que seria de grande utilidade, tanto para os clientes como para as instituições financeiras a padronização das nomenclaturas dos serviços bancários, como forma de permitir a clara diferenciação dos bancos que praticam as menores tarifas, como é o caso da Caixa Econômica Federal", opinou a instituição através de sua assessoria de imprensa.