Título: Produção de etanol da PBio em 2013/14 deve aumentar 29%
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 05/02/2013, Agronegócios, p. B19

Petrobras Biocombustível e suas coligadas investiram para renovar e expandir 60 mil hectares de cana, diz Rossetto

A Petrobras Biocombustível (PBio) trabalha com o cenário de uma safra de cana-de-açúcar maior e melhor no ciclo 2013/14. A empresa, com as coligadas Guarani, Nova Fronteira e Total, prevê moer 25,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na atual safra, alta de 18% ante as 21,8 milhões de toneladas do ano anterior. No etanol, a meta é produzir 1,06 bilhão de litros com as parceiras nesta safra, 29% a mais do que os 822 milhões de litros da safra 2012/13.

O aumento vai ser determinado por uma safra maior e pela qualidade do canavial em termos de ATR (açúcar contido na cana), disse Miguel Rossetto, presidente da PBio. Ele afirmou que houve dois movimentos nas coligadas: renovação e expansão dos canaviais. As duas ações compreenderam área total de 60 mil hectares. Rossetto afirmou que, em 2012, problemas climáticos reduziram o teor de ATR na cana. "Tivemos margens menores em 2012, em especial pelo custo maior na produção de etanol", afirmou.

Agora o executivo mostra-se otimista: "Achamos positivo o cenário de 2013." Citou como exemplo o aumento de 20% para 25% na mistura de etanol à gasolina, a partir de 1º de maio. O novo percentual de mistura amplia o mercado para o produto, previu. E acrescentou que o reajuste de 6,6% no preço da gasolina, na semana passada, tem outro efeito importante: "Cria espaço importante para uma eventual recuperação de margem."

Questionado sobre o impacto do aumento no preço da gasolina sobre a rentabilidade do etanol, afirmou: "Melhora condições de margem, preço e volume." Deixou claro, porém, que a rentabilidade vai ser determinada, ao longo do ano, em função do custo de produção.

Rossetto afirmou ainda que o governo, além de sinalizar com iniciativas importantes como o aumento da mistura na gasolina, vem dialogando com o setor para permitir uma recuperação do etanol na matriz energética brasileira. "É um ano [2013] que começamos com um ambiente favorável e quero crer, embora ainda estejamos aguardando outras definições, que [esse cenário] recria uma situação favorável ao investimento", disse Rossetto.

Na avaliação dele, o setor vive um período de maior estabilidade com uma safra nova entrando, existência de estoques reguladores e garantia de abastecimento na entressafra. Citou também a possibilidade de antecipação de parte da safra: "Trabalhamos com previsão de duas usinas da Guarani anteciparem o início da moagem para março", previu.

A PBio e suas coligadas controlam nove usinas. A Petrobras Biocombustível tornou-se sócia da Guarani, subsidiária da Tereos Internacional, com usinas em São Paulo, em 2010. Um ano antes, a estatal tinha marcado a entrada da companhia na produção de etanol por meio de uma parceria com a Total. A Total possuiu usina em Minas Gerais no município de Bambuí.

Outro movimento da PBio, em termos de associação, foi a parceria com o grupo São Martinho, culminando na criação da Nova Fronteira Bioenergia, com projetos em Goiás. Rossetto não quis falar sobre novas aquisições no setor, mas afirmou que a agenda de crescimento da PBio em etanol combina três estratégias: projetos novos ("greenfield"), expansões e aquisições.