Título: Consumo industrial de energia cai 3% em dezembro
Autor: Polito, Rodrigo
Fonte: Valor Econômico, 29/01/2013, Brasil, p. A4

O consumo industrial de energia em dezembro, de 14.789 gigawatts-hora (GWh), teve a pior queda (-3,2%) no ano, em comparação com igual período de 2011. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo do setor em dezembro também apresentou a pior queda em comparação com o mês imediatamente anterior, de 3,1%.

Segundo a resenha mensal divulgada ontem pela EPE, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo registraram a redução mais forte do ano, o que explica a queda de 5,8% no consumo industrial de energia no Sudeste, frente a dezembro de 2011. O Rio Grande do Sul também apurou uma queda de 2,3% na mesma comparação, provocada principalmente pela parada de produção de um grande consumidor do ramo siderúrgico. "Pará e Maranhão apresentaram novamente recuo no consumo industrial em dezembro, reflexo direto da queda da produção de alumínio", destacou a EPE.

A queda no volume de produção dos segmentos siderúrgico, automotivo e de alumínio em 2012, em relação ao ano anterior, é a principal causa para o desempenho ruim do consumo industrial de energia. Segundo a resenha mensal do mercado, no ano passado a produção industrial, medida pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, caiu 2,6%. A queda se deu principalmente nos segmentos intensivos no uso de eletricidade, como a cadeia da siderurgia e da produção de alumínio.

"Em 2012, o setor de alumínio produziu volume 0,3% menor do que no ano anterior", destacou a EPE. A queda refletiu fortemente no consumo de energia no Maranhão e Pará, onde o segmento tem grande participação. Já em Minas Gerais e no Espírito Santo, onde o consumo de energia recuou 4% e 1,3%, respectivamente, o desempenho foi provocado pela retração do setor siderúrgico, cuja produção caiu 1,5% em 2012. Citando dados do Instituto Aço Brasil, a EPE destacou que o volume exportado de aço bruto caiu 10,4% no ano.

Segundo a EPE, a fabricação de veículos também fechou o ano com queda, de 1,9%, com impacto negativo no restante da cadeia, como os setores de borracha e plástico. Esse movimento afetou principalmente o consumo industrial de energia em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que no ano recuaram 0,7% e 1,6%, respectivamente.

O consumo avançou em 2012 no Paraná (4,2%) e em Santa Catarina (também 4,2%) motivado principalmente pelo desempenho do setor alimentício e da agroindústria.