Título: Burocracia e corrupção marcam setor
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 29/01/2013, Especial, p. A12

Apesar de atualmente haver três projetos de lei no Congresso relacionados aos procedimentos para a retirada de um alvará no país, empresários da noite reclamam sobre como a burocracia afeta seus negócios em São Paulo. As queixas vão desde morosidade e complexidade dos processos até os custos com a regularização da papelada, e a atuação de fiscais corruptos.

Alessandro Padovano, consultor para casas noturnas, diz que "é muito fácil" lacrar um bar ou boate em São Paulo por causa de irregularidades. "Você faz tudo o que acha que está certo, consulta várias pessoas, mas sempre falta alguma coisa que você não sabe. Aí o poder público faz blitz e multa um monte de gente."

Por outro lado, um empresário que prefere não ter seu nome identificado diz que há alguns anos pagou propina na subprefeitura da Sé: entregou R$ 1.500 dentro de um envelope para "passar o pedido de alvará na frente dos outros, porque eram muitos".

Outro empresário paulistano, que também preferiu não se identificar, disse que gastou cerca de R$ 5 mil para tirar o alvará de uma casa de shows. "Isso que eu fiz tudo sozinho, não usei despachante. Um novato na área paga mais."

Para inaugurar um restaurante, também na zona sul da capital, ele diz que ficou um ano parado pagando R$ 10 mil por mês de aluguel enquanto esperava uma licença. "Todo mês aparecia um fiscal dizendo que poderia agilizar a emissão do documento."