Título: Farmacêuticas criticam desconto obrigatório
Autor: Vieira, André
Fonte: Valor Econômico, 13/03/2007, Brasil, p. A5

A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) criticou ontem, em nota, a resolução do governo federal que obriga que todas as vendas de medicamentos ao setor público tenham um desconto compulsório de 24,69%. A entidade ameaça entrar na Justiça contra a decisão publicada ontem no "Diário Oficial da União" e antecipada pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, ao Valor.

A Interfarma explica que os preços dos remédios praticados no Brasil já são baixos porque são definidos em conta de uma cesta de preços de nove países. A medida, segundo a entidade, afetará ainda mais o preço dos remédios. "A resolução cria um duplo desconto ao determinar a redução de mais 24,69% sobre os preços internacionais já reduzidos para compras públicas", disse a entidade que reúne os laboratórios multinacionais.

A Interfarma disse que a medida do governo foi "arbitrária". "A proposta da indústria de oferecer o menor preço ofertado nas compras públicas resultava, segundo cálculos do próprio governo, em valores absolutamente equivalentes." Os laboratórios disseram que a proposta defendida por eles evitaria que empresas de estruturas diferentes fossem afetadas por um "desconto linear baseado numa fórmula alheia a qualquer conceito de economia empresarial."