Título: Brasil vai disputar reservas da China
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 13/03/2007, Finanças, p. C5

O governo brasileiro indicará à China que está interessado em atrair uma fatia dos investimentos da nova agência pela qual Pequim diversificará a aplicação de cerca de US$ 200 bilhões de suas reservas internacionais.

Embora considere que o Brasil "não está mais na fase de buscar investimentos", o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse que o interesse é evidente e se apoiará nas "excelentes relações" entre os países. Os contatos serão feitos pelo Itamaraty e Ministério da Fazenda.

"O Brasil hoje está em boas condições para ser destinação favorável a investimentos. É um destino altamente favorável e competitivo nas questões que interessam a China como energia, minérios e existe interesse complementar'', disse.

Diante do interesse generalizado de bancos centrais pela nova agência de investimentos, a vice-presidente do Banco Central da China, Wu Xiaoling, abordou o tema ontem no BIS, mas sem muitos detalhes de como Pequim quer "maximizar" os lucros das reservas internacionais chinesas, que atualmente alcançam a marca de US$ 1,07 trilhão.

Segundo Meirelles, os chineses vão aparentemente investir em interesses estratégicos no exterior. Alguns funcionários de Pequim encarregados de energia e política industrial querem que o fundo seja usado para comprar recursos naturais ou tecnologia de ponta.

Outras nações da Ásia, como Cingapura e Coréia do Sul, já têm agências para investir as reservas de maneira mais agressiva do que os bancos centrais normalmente fazem. Também Kuwait e Noruega têm agências específicas para seus petrodólares.