Título: Chalita pede apoio a Lula para ministério
Autor: Agostine , Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 07/02/2013, Política, p. A10

Cotado para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) reuniu-se ontem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca de apoio junto à presidente Dilma Rousseff. Chalita almoçou com Lula na sede do instituto do ex-presidente, em São Paulo.

Na pauta do encontro, estavam também a aliança PT-PMDB e a sucessão em São Paulo em 2014.

Segundo a assessoria de Chalita, a visita a Lula foi de cortesia e não para discutir a eventual nomeação ao governo federal.

O deputado disse, na semana passada, que prefere o ministério a concorrer ao governo paulista em 2014, mas afirmou que ainda não foi convidado para substituir Marco Antonio Raupp em Ciência e Tecnologia. A possível indicação de Chalita ganhou força no fim do ano passado. Derrotado na disputa pela prefeitura paulistana, apoiou Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Integrantes do diretório paulista do PMDB resistem à indicação de Chalita ao ministério, com receio de o deputado fortalecer-se nos comandos estadual e nacional do partido. A negociação, no entanto, é feita diretamente pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que se reuniu na terça-feira com Dilma.

Caso Chalita seja confirmado no governo, o PMDB estuda lançar o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao governo paulista ou aliar-se ao PT.

A hipótese cogitada por alguns petistas, de lançar Temer ao governo de São Paulo com apoio do PT, é rejeitada tanto por dirigentes do PMDB quanto do PT.

De acordo com integrantes da cúpula do PMDB paulista, Temer nunca falou em candidatar-se ao governo paulista desde que foi eleito vice de Dilma e dificilmente deixaria o cargo, com projeção nacional, para ingressar em uma disputa estadual na qual o risco de derrota é grande.

Dirigentes petistas avaliam como "um tiro no pé" a retirada de Temer da Vice na chapa de reeleição de Dilma Rousseff para acomodar o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, evitando sua candidatura à Presidência em 2014. Além de causar uma cizânia na aliança entre PT e PMDB, dizem petistas, a alteração faria com que Dilma tivesse em seu novo vice um adversário, caso seja reeleita. Com pretensão de chegar à Presidência, Campos poderia atacar a presidente no segundo mandato.

O comando do PT paulista defende o lançamento de um nome próprio ao governo de São Paulo e avalia que o partido vive seu melhor momento eleitoral no Estado para tentar derrotar o PSDB.

A legenda venceu na capital em 2012 e ampliou o número de prefeituras e de eleitores governados. O PT comanda 68 cidades, com 45,21% do eleitorado. Em 2008, foram 63 prefeituras, com 16,7% dos eleitores.

O PSDB elegeu 176 prefeituras em 2012, com 19,39% do eleitorado. Em 2012, registrou o menor número de prefeitos eleitos desde 2000. O governador tucano Geraldo Alckmin deve tentar a reeleição em 2014.