Título: Intenção de consumo das famílias recua em SP
Autor: Machado , Tainara
Fonte: Valor Econômico, 14/02/2013, Brasil, p. A2

A intenção de consumo das famílias paulistanas recuou ao menor nível para um mês de janeiro desde 2010, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em janeiro, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) ficou em 136,7 pontos, queda de 3,4% em relação a dezembro. O recuo é, principalmente, resultado da insatisfação do grupo com renda superior a dez salários mínimos, segundo a pesquisa.

Para essas famílias, o índice teve variação negativa de 8,5% na passagem mensal, para 131,3 pontos em janeiro, menor nível desde o início da série, em 2010. Para o grupo em que a renda é inferior a dez salários mínimos, a queda do indicador no período foi de 1,5%, para 138,5 pontos.

De acordo com a Fecomercio, o aumento da insatisfação entre famílias com maior remuneração ocorre em função do "momento econômico de turbulências, com a inflação crescendo acima da expectativa, o aumento da gasolina e a dúvida quanto a problemas de "apagões energéticos", afirma a federação em nota. A Fecomercio destaca que esses fatores afetam principalmente quem tem mais contato com o noticiário econômico.

Dentre os itens que compõem o índice, as duas variáveis que tiveram maior participação na queda observada no período foram o nível de consumo atual e a perspectiva de consumo, que caíram 8,9% e 7,4%, respectivamente.

Para a Fecomercio, essas reduções, caso se estendam para os próximos meses, podem afetar negativamente as vendas no varejo. O nível de consumo atual, por exemplo, ficou em 103,9 pontos, próximo da área que indica insatisfação (abaixo de 100 pontos). Essa pode ser, na avaliação da entidade, indicação de redução do poder de compra da população.

Itens relacionados ao mercado de trabalho também caíram. O emprego atual, por exemplo, caiu 2,8%, para 133,7 pontos. Ainda assim, 68,4% das famílias estão otimistas sobre suas perspectivas profissionais, O único item do ICF que variou positivamente foi a renda atual, que aumentou 0,7% no período, para 153,7 pontos, alta que a entidade atribui ao reajuste de 9% em termos nominais do salário mínimo no início deste ano.