Título: Filho torturado de jornalista morre em SP
Autor: Lima , Vandson
Fonte: Valor Econômico, 19/02/2013, Política, p. A6

A Comissão Nacional da Verdade e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) divulgaram notas em solidariedade à família do jornalista e cientista político Dermi Azevedo pela morte de seu filho, Carlos Alexandre, no fim de semana em São Paulo.

Então com um ano e oito meses, o filho de Dermi foi preso e torturado em 1974 com a mãe no prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Deops), em São Paulo. "Hoje a ditadura militar concluiu a morte de Carlos iniciada em tão tenra idade", diz a nota do MNDH. O texto divulgado pela Comissão da Verdade anota que "sofrimentos como esse revelam a dor, ainda silenciada, de diversas famílias vítimas das violências cometidas pelo governo ditatorial militar. Casos como o de Carlos reafirmam a necessidade de atuação da CNV na busca pela memória e verdade envolvendo as graves violações aos direitos humanos".

Dermi contou o ocorrido em uma rede social. Seu filho se suicidou com uma overdose de medicamentos. "Com apenas um ano e oito meses de vida, ele foi preso e torturado, em 14 de janeiro de 1974, no Deops paulista, pela "equipe" do delegado Sérgio Fleury, onde se encontrava preso com sua mãe. Na mesma data, eu já estava preso no mesmo local. Cacá, como carinhosamente o chamávamos, foi levado depois a São Bernardo do Campo, onde, em plena madrugada, os policiais derrubaram a porta e o jogaram no chão, tendo machucado a cabeça. Nunca mais se recuperou. Como acontece com os crimes da ditadura de 1964/1985, o crime ficou impune. O suicídio é o limite de sua angústia". (VL, com agências noticiosas)