Título: Procurador ligado a Barbosa é cotado para o Supremo
Autor: Pombo, Bárbara; Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 20/02/2013, Política, p. A5

Um novo nome surgiu na corrida à sucessão do ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador do Ministério Público Federal, Eugênio Aragão, é o terceiro nome forte cotado à vaga. A expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff indique o nome de sua preferência nesta semana. Até então, dois nomes despontavam como favoritos: a do pernambucano Heleno Torres e do gaúcho Humberto Ávila, ambos advogados tributaristas.

Próximo do presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, Aragão reuniu-se ontem à noite com Ivo da Motta Azevedo Corrêa, subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil. O assunto da reunião, de acordo com agenda disponibilizada no site da pasta, era "STF". Participaria também da audiência, segundo agenda publicada, Beto Vasconcelos, secretário-executivo da Casa Civil.

Carioca atuando há 26 anos como procurador federal, Aragão é especialista na área internacional, com mestrado em Essex, na Inglaterra, e doutorado em Bochum, na Alemanha. Ele se formou na mesma faculdade de direito de Barbosa - a Universidade de Brasília - e, assim como o presidente do STF, foi procurador no Rio de Janeiro.

Em julho de 2011, chegou a comandar o Ministério Público em substituição a Roberto Gurgel, quando este último estava esperando por sua nomeação pela presidente Dilma Rousseff.

A escolha de Aragão faria com que o governo nomeasse para o Supremo alguém com quem poderia se aproximar de Joaquim. O diálogo Palácio do Planalto-Presidência do STF está pálido.

Aragão também poderia ser uma terceira via ante o impasse entre os nomes de Heleno Torres e Humberto Ávila. Outro nome que pode ganhar força como alternativa é o do advogado Luís Roberto Barroso. Ele conta com forte apoio de entidades de direitos humanos que o veem como um humanista no sentido ayresbritteano da palavra. Barroso atuou em julgamentos de casos paradigmáticos em que Ayres Britto foi relator, como as pesquisas com células-tronco. O advogado constitucionalista, porém, nega que esteja na corrida.

Altamente reconhecido no mundo acadêmico, Humberto Hávila tem como padrinho o ministro aposentado do STF, Eros Grau. Heleno Torres conta com o apoio de Adams, o que o favoreceu muito, no ano passado, até a Polícia Federal deflagrar a Operação Porto Seguro. No início do ano, porém, o nome de Torres voltou a ser visto como favorito depois de obter o apoio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.