Título: PMDB descarta candidatura de Temer em São Paulo
Autor: Agostine, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 20/02/2013, Política, p. A6

O PMDB de São Paulo anunciou ontem que o partido terá candidato próprio na disputa pelo governo paulista em 2014, mas descartou o lançamento do vice-presidente, Michel Temer.

Ao mesmo tempo em que negou a candidatura de Temer em São Paulo, o PMDB paulista defendeu a manutenção da aliança com o PT no plano nacional e a reedição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer na eleição presidencial do próximo ano.

Segundo o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Baleia Rossi, a "prioridade" do partido é "manter Temer como vice de Dilma".

A executiva estadual do PMDB reuniu-se ontem para começar a definir as estratégias para 2014. Em nota, o partido afirmou que a candidatura própria ao governo paulista é "irrevogável" e destacou que Temer "já descartou qualquer possibilidade" de disputar o governo do Estado.

O presidente do diretório paulista relatou conversa recente com Temer, na qual o vice-presidente "deixou claro que não será candidato" em São Paulo. "É a posição definitiva dele", afirmou Baleia Rossi.

O PMDB justificou a divulgação da nota para acabar com "especulações veiculadas pela imprensa" sobre uma eventual candidatura do vice-presidente da República no Estado. Essa possibilidade teria sido defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tirar Temer da chapa de reeleição da presidente Dilma e colocar o PSB do governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos.

Em São Paulo, o PMDB é controlado por Temer desde que o então presidente do diretório estadual Orestes Quércia morreu, em 2010. No fim da gestão de Quércia, o partido encolheu no Estado e elegeu apenas um deputado federal na última eleição para a Câmara. Ao lançar um candidato próprio ao Estado, a legenda tenta alavancar a votação para o Legislativo e aumentar as bancadas federal e estadual.

No Estado, entre os cotados do PMDB para a disputa estadual estão o deputado federal Gabriel Chalita e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Presidente do diretório municipal da capital, Chalita aguarda uma possível indicação para compor o primeiro escalão do governo federal. O pemedebista foi cotado para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia, mas há resistência tanto do PT, quanto de parte do PMDB paulista e de especialistas da área de Ciência e Tecnologia.

O presidente do diretório paulista afirmou que o lançamento de um pemedebista em São Paulo não abala a relação com o PT, que também deve lançar um nome próprio para a disputa estadual. "Isso garante dois palanques à presidente Dilma em São Paulo", disse Rossi.