Título: Demanda eleva ganhos com seguros
Autor: Carvalho, Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 08/05/2007, Finanças, p. C3

A Bradesco Seguros e Previdência encerrou o primeiro trimestre de 2007 com lucro líquido de R$ 529 milhões, crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 461 milhões). A exemplo dos anos anteriores, o montante representa quase um terço (31%) do ganho total do grupo Bradesco.

A receita de operações de seguros, previdência e capitalização totalizaram R$ 6,555 bilhões, com evolução de 5,32%. O volume de prêmios de seguros e contribuições de previdência apresentou elevação de 9,5%, para R$ 4,458 bilhões.

A maior evolução ocorreu no segmento de Vida e Previdência, que elevou a participação no total para 56,1%, contra 50,5% nos primeiros três meses do ano passado. E a tendência é mesmo de crescimento. Segundo dados da Susep, para o primeiro trimestre, em relação aos primeiros três meses do ano anterior, houve uma elevação de 21% no mercado de previdência, incluindo VGBL e de 10% no segmento de Vida, visto isoladamente.

Por outro lado, os seguros de automóveis, que respondiam por 20,7% no início de 2006, caíram para 15,8% sobre o total de prêmios e receitas. A explicação da companhia é a elevação da concorrência nesse segmento, que provocou uma redução dos preços cobrados.

A constante evolução do segmento segurador é puxada pela forte demanda, acredita a Bradesco Seguros. Dados de mercado apontam que o Brasil ainda tem um mercado pequeno em comparação com outros países. Aqui, o volume corresponde a 3,1% do PIB, contra 6% no Chile e quase 8% na Espanha.

Para este ano, a expectativa da empresa é de que os prêmios de seguros subam entre 8% e 10%. Com relação ao lucro, estimam a manutenção da proporção de um terço em relação ao grupo.

Outro fator que tem movido a empresa é a necessidade de elevar a rentabilidade do negócio de venda de seguros para manter os ganhos mesmo com a queda das taxas de juros.

Os custos administrativos, que chegaram a patamares superiores a 10% anos atrás, hoje se mantêm em 5% do faturamento da companhia desde o trimestre anterior. Ao mesmo tempo, o índice combinado consolidado, que mede a eficiência do negócio, voltou abaixo dos 100 pontos (considerado o ideal pelo mercado), para 91,8.

O grupo, que detém 24,4% de participação de mercado, atingiu em março o patrimônio líquido de R$ 7,256 bilhões, 15,6% acima do mesmo mês do ano passado. O retorno sobre o PL anualizado se manteve em 33%.