Título: Mão-de-obra qualificada está em falta
Autor: Terzian, Françoise
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2007, Caderno Especial, p. F5

À medida que a indústria de plástico cresce em vendas totais e também em exportações, o número de profissionais qualificados diminui. Esta é uma reclamação constante dos empresários do setor - dos pequenos aos grandes -, que reclamam do semi-analfabetismo e da deficiência da mão-de-obra disponível em lidar com maquinários e processos produtivos. "Recebo currículos diariamente de pessoas com segundo grau completo. Na hora de preencher uma ficha simples, a maioria leva duas horas quando deveria gastar cinco minutos", conta Kenjiro Nakata, diretor MF Middle Field.

Os desempregados nem sempre podem ser aproveitados por conta dessas deficiências. Além de a escola básica ser considerada ruim, as empresas do setor (mais de 90% são pequenas) nem sempre têm capital para investir na qualificação do profissional. Isso sem falar no tempo que se leva para prepará-lo. Para Nakata, as únicas salvações do setor são o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Sebrae e o Arranjo Produtivo Local do Plástico do Grande ABC.

O Senai tem investido no aumento da grade curricular para atender às reivindicações do empresariado do setor de plástico. Hoje, a Escola SENAI Mario Amato, localizada em São Bernardo do Campo, região do Grande ABC paulista, oferece um curso técnico regular em plástico, com duração de dois anos. Ele é gratuito e tem quatro turmas com 32 vagas em cada. A procura é grande. São cerca de nove candidatos por vaga.

Silvia Helena Carabolante, diretora da escola, conta que diante da alta demanda do setor por gente especializada, o Senai agora está entrando na área de tecnologia. A partir do primeiro semestre de 2008, o Senai abre um curso noturno de tecnólogo em polímero. Com duração de três anos, essa graduação permitirá que o profissional se prepare para trabalhar com gestão na indústria de plástico. "Ele será capacitado a executar várias tarefas, como fazer o controle da matéria-prima e gerenciar o processo de transformação e produção", explica Silvia Helena. O curso deverá sair em torno de R$ 450,00 por mês.