Título: Nervosismo externo pode piorar clima na Bovespa
Autor: Takar , Téo
Fonte: Valor Econômico, 26/02/2013, Finanças, p. C2

A Bovespa pode ser contaminada pelo nervosismo externo gerado pelas eleições na Itália e engatar realização forte nesta terça-feira. Ontem, as bolsas americanas aceleraram as perdas nos minutos finais do pregão e caíram mais de 1,5%, movimento que não foi acompanhado pela bolsa brasileira.

Por aqui, rumores de que a Usiminas irá reajustar seus produtos no mês que vem surgiram no meio da tarde de ontem e impediram uma queda maior do Ibovespa. O índice encerrou em leve baixa de 0,14%, aos 56.617 pontos, com volume de R$ 7,304 bilhões, sustentado por Usiminas PNA (6,81%) e ON (6,26%). O Valor confirmou com fontes da área de distribuição de aço que a empresa mineira vai elevar os preços de seus produtos entre 6,1% e 12,7% a partir de 1º de março.

Entre as ações mais negociadas, Vale PNA terminou em alta de 0,52%, para R$ 34,28; Petrobras PN perdeu 1,16%, a R$ 16,95; enquanto OGX ON recuou 8,91%, a R$ 3,27, após a empresa ter informado, na sexta-feira, que "não há negócio consumado" para ser informado ao mercado. No dia anterior, o Valor apurou que a Petronas, da Malásia, negocia a compra de uma fatia da petroleira de Eike Batista.

A lista de maiores altas trouxe, além de Usiminas, empresas que divulgaram balanços, como Telefônica Brasil PN (3,25%) e Duratex PN (2,38%). Na ponta negativa ficaram, na sequência de OGX, Gol PN (-3,34%) e Ambev PN (-3,34%).

Em Wall Street, os índices passaram a cair após informações de que a disputa eleitoral na Itália estava acirrada. O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi surpreendeu os investidores ao aparecer na frente nas pesquisas de boca de urna após a eleição realizada no domingo. A queda se acentuou no fim do pregão, conforme pesquisas apontavam que nenhum dos quatro principais grupos políticos do país conseguirá maioria no Parlamento e são mínimas as chances de um governo de coalizão.

A incerteza sobre o futuro da Itália se juntou à iminente ameaça de cortes automáticos no orçamento dos Estados Unidos, o chamado "sequestro", que entra em vigor a partir de 1º de março. Os dois eventos serviram de desculpa para o mercado americano finalmente dar início a uma correção após marcar seu maior patamar em quase cinco anos.

O índice Dow Jones registrou a maior queda em pontos (216 pontos) e percentual (1,55%) desde 7 de novembro, enquanto que o S&P-500 caiu 1,83% e fechou abaixo dos 1.500 pontos. O Nasdaq caiu 1,44%, para 3.116 pontos. E o índice VIX, que mede a volatilidade dos mercados e o nervosismo dos investidores disparou para 18,99, com uma alta de 34,02%.