Título: CBCC prepara venda da unidade de 'pager'
Autor: Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2005, Empresas, p. B3

A Companhia Brasileira de Contact Center (CBCC) prepara a venda da unidade de "pager" (comunicação por rádio-chamadas), onde atua com a marca Teletrim, por R$ 500 mil. A empresa já fechou um memorando de entendimentos para se desfazer da unidade. A informação consta de comunicado enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O nome do comprador não foi revelado. Segundo fonte próxima às negociações, trata-se de um grupo do qual faz parte um dos diretores da CBCC. A empresa é controlada pela Victori Telecomunicações e fundos administrados pelo Credit Suisse First Boston. Para fechar a operação, a CBCC vai segregar os ativos relacionados à área de "pager" em uma nova empresa, batizada de Teletrim Wireless. Debaixo dela, ficarão as atividades de rádio-chamadas, sistemas de bloqueio de veículos e telemetria. A venda do segmento de "pager" é o segundo movimento de reestruturação feito pela CBCC nos últimos três meses. Em novembro, a empresa concretizou a fusão de sua área de call center com a francesa Teleperformance. A CBCC foi procurada, mas não retornou o pedido de entrevista até o fechamento desta edição. Originalmente, a Teletrim era controladora da CBCC, que nasceu para atuar no setor de call center, em 2001, quando o negócio de "pagers" já estava em franco declínio no Brasil. A unidade de call center acabou se tornando preponderante e a CBCC incorporou a Teletrim. Agora, a empresa resolveu se desfazer da área de "pager", que gera pouca receita, é deficitária e tem apenas 30 mil clientes. Febre nos anos 90, o serviço caiu em desuso com a popularização dos celulares. De janeiro a setembro, o faturamento bruto com os serviços de rádio-chamadas foi de R$ 8,8 milhões. O resultado antes do pagamento de impostos foi negativo em R$ 1,1 milhão, segundo as demonstrações financeiras. Nos nove primeiros meses do ano, a CBCC teve receita líquida de R$ 100 milhões e lucro de R$ 2 milhões. Em 1998, no auge, a empresa faturou R$ 125 milhões.