Título: Petrobras tenta antecipar novas plataformas
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 10/05/2007, Empresas, p. B7

A Petrobras mudou a estratégia de construção das plataformas P-55 e P-57, cujas licitações foram canceladas, no início do ano, por preços excessivos. A estatal decidiu simplificar os projetos das duas unidades e antecipar em três anos, de 2013 para 2010, a entrada em operação da P-56. As três plataformas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As mudanças nas três unidades de produção de petróleo e gás, a serem instaladas na Bacia de Campos (RJ), evitarão impactos negativos na produção da estatal, diz José Antonio de Figueiredo, gerente-executivo de exploração e produção da Petrobras nas regiões Sul e Sudeste.

Figueiredo e outros técnicos da estatal reuniram-se, ontem, com fornecedores para apresentar a modelagem de contratação e de construção das três plataformas. No fim de maio, a Petrobras lançará o edital para construção do casco da P-55, unidade do tipo semi-submersível com capacidade de 180 mil barris/dia de petróleo.

A estatal decidiu dividir a P-55, orçada em US$ 1,65 bilhão na licitação cancelada, em dois pacotes: o do casco e outro incluindo a parte do convés, cujo edital será lançado em março de 2008. Prevista inicialmente para entrar em operação em 2011, a P-55 deverá começar a produzir entre o fim de 2002 e início de 2013. Mas a Petrobras espera antecipar esse prazo.

A meta da empresa para 2007 é produzir 1,9 milhão de barris/dia, em média, ante 1,77 milhão de barris/dia, na média de 2006.

Figueiredo disse que ainda não está decidido em qual estaleiro será construída a P-55. "Vamos ao mercado com a exigência de construção (da plataforma) no Brasil e quem fizer a melhor proposta vai construir." Já a P-57, de idêntica capacidade da P-55, teve o edital lançado em 25 de abril e a Petrobras receberá as propostas até 25 de setembro. Prevista para 2010, a unidade deve operar agora em 2011. Na primeira licitação, a unidade foi orçada em US$ 1,77 bilhão.

A P-57 será construída a partir do casco de navio. No início a Petrobras queria um casco novo, mas optou por fazer o projeto a partir de um casco existente e convertê-lo em plataforma. Figueiredo disse que a estatal tentará chegar a um acordo sobre a obra com um estaleiro no país (as tratativas envolvem o antigo estaleiro Ishibrás, no Rio). Mas se não houver acordo poderá optar por converter a unidade no exterior assim como fez com a P-54. Nos cálculos da estatal a conversão do casco da P-57 custará entre 20% e 25% a menos do que a construção de um casco novo.

Jorge Luiz Zelada, gerente geral de engenharia da Petrobras, acrescentou que, no caso da P-56, a intenção é fazer um "clone" da plataforma P-51, projeto em andamento a cargo do consórcio FSTP, liderado pela Keppel Fels, de Cingapura, que opera o estaleiro Brasfles, em Angra dos Reis (RJ). Zelada disse que as negociações sobre a P-56 com o FSTP devem ser concluídas em junho e o contrato assinado em agosto. "Com os três projetos (P-55, P-56 e P-57), o impacto na curva de produção é nulo." A P-56 tem capacidade de produzir 100 mil barris/dia.

Uma fonte do setor naval disse que a Keppel Fels entregou em abril a proposta da P-56 à Petrobras. Segundo estimativas, a unidade custará aproximadamente US$ 1,3 bilhão.