Título: Basf prevê recuperação no Brasil
Autor: Bouças, Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 10/05/2007, Agronegócios, p. B11

A alemã Basf, que no primeiro trimestre do ano ampliou a receita com vendas em 49% na América do Sul - onde o Brasil tem 70% de participação - , está reforçando investimentos em pesquisas para ampliar seu portfólio com produtos "ecologicamente corretos". O grupo iniciou em 2006 um programa trienal de investimentos de 334 milhões de euros, voltados ao desenvolvimento de produtos agrícolas.

Michael Heinz, presidente mundial da divisão, afirmou em visita feita ao Brasil que os aportes serão voltados principalmente para a descoberta de produtos que ofereçam sustentabilidade ambiental e econômico. As principais características consideradas são produtividade e resistência à seca.

Recentemente, o grupo formou uma joint venture com a americana Monsanto. Juntos, os dois grupos investirão 1,2 bilhão de euros na busca de genes de soja, milho, algodão e canola que ofereçam tais características. A partir dessas pesquisas, a Basf desenvolverá defensivos adequados às novas culturas. "A empresa está comprometida com a busca de soluções que ofereçam sustentabilidade econômica e ambiental aos agricultores no longo prazo", afirmou Heinz.

No Brasil, a Basf fez no fim de 2006 aporte de 3,5 milhões de euros em sua rede de laboratórios em Guaratinguetá (SP), para acelerar pesquisas na área agrícola. Além do desenvolvimento de defensivos para grãos, a empresa também prepara lançamentos para a área de cana-de-açúcar. "A empresa já lidera esse segmento e testa agora produtos que protejam a planta, de forma que ela possa ter maior desenvolvimento de raízes e maior produtividade", disse Eduardo Leduc, diretor de produtos para agricultura da Basf no Brasil. A empresa prevê lançar sete defensivos neste ano e outros oito até 2010.

No primeiro trimestre, Basf lucrou 9% mais no mundo que em igual período de 2006, atingindo 1 bilhão de euros. Na área agrícola, a empresa elevou seu ebit (lucro antes de juros e impostos) em 5%, para 225 milhões de euros. As vendas tiveram queda de 3%, para 897 milhões de euros.

De acordo Leduc, as vendas no Brasil aumentaram, principalmente para soja e cana-de-açúcar. Para o ano, o setor prevê crescimento entre 5% e 10%, mas a Basf ainda mantém cautela. "Há expectativa de recuperação, mas é preciso esperar o recebimento das vendas do início do ano, o que acontece entre maio e junho", afirmou. Ele observou que produtores de grãos acumulam dívidas das três safras passadas e a partir da renda obtida nessa safra de verão será possível saber a estratégia dos produtores para o segundo semestre.