Título: Taxa de desemprego de mulheres caiu menos que a de homens em SP em 2006
Autor: Fuzo, Adilson
Fonte: Valor Econômico, 07/03/2007, Brasil, p. A2

A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo ficou praticamente estável, variando de 55,5% em 2005, para 55,4% em 2006. Essa é a parcela das mulheres com mais de dez anos de idade que está no mercado, ou ocupada, ou desempregada. De acordo com a Fundação Seade, responsável pela pesquisa, este é o segundo ano em que a taxa permanece no mesmo nível, depois de dez anos consecutivos de crescimento. Entre os homens, a participação manteve a trajetória declinante, ao passar de 72,4%, em 2005, para 71,3%, no ano passado.

Apesar da estabilidade no resultado geral, a participação de determinados grupos de mulheres sofreu alterações consideráveis. Houve aumento de participação entre as mulheres de 60 anos ou mais (3,1%), de 50 a 59 anos (2,3%) e cônjuges (1,1%). Em contrapartida, houve redução na participação feminina entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos (7,4%), das outras moradoras do domicílio, como agregadas e parentes (5,7%) e negras (0,5%).

A taxa de desemprego total entre as mulheres diminuiu 5,6% em 2006, alcançando 18,6%. Essa redução foi inferior à registrada entre os homens (6,9%), cuja taxa de desemprego total foi de 13,4%. O nível de ocupação feminina cresceu 2,5% em 2006, mantendo trajetória de crescimento pelo oitavo ano consecutivo. Entre os homens, também houve aumento no nível ocupacional, mas em ritmo inferior, apenas 1,0%. Isso resultou no aumento da participação feminina no total de ocupados (de 44,7%, em 2005, para 45,0%, em 2006), tendência que vem sendo observada ao longo dos anos.

Em 2006, o rendimento anual médio das mulheres ocupadas na região metropolitana de São Paulo equivalia a R$ 869, enquanto o dos homens era de R$ 1.291. Porém, o Seade considera que a melhor maneira de comparar os rendimentos médios entre mulheres e homens é avaliando o rendimento médio por hora, já que cada um enfrenta uma jornada de trabalho diferente.

Sendo assim, o rendimento médio por hora das mulheres ocupadas aumentou 4,7% em 2006, passando a valer R$ 5,21. Para os homens, o rendimento médio aumentou para 2,0%, sendo o terceiro ano consecutivo de alta, tornando-se equivalente a R$ 6,70. Esse resultado reflete os acréscimos conquistados pelas mulheres nas ocupações na indústria, nos serviços e nos serviços domésticos, em postos de trabalho assalariados com carteira de trabalho assinada no setor privado e no público.