Título: Elevação tem sido maior que a de alimentos
Autor: Peres, Leandra
Fonte: Valor Econômico, 08/03/2013, Brasil, p. A3

Os preços da cesta básica estão subindo muito acima da média dos preços dos alimentos. Enquanto a cesta básica acumula alta de 14,06% até 32,03% nos últimos 12 meses, a inflação dos alimentos medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em seis capitais na mesma comparação foi de 12,29%. As altas mais expressivas na cesta básica estão nas capitais do Nordeste, região afetada por uma forte seca. Entre as 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a alta supera 20% em oito delas em 12 meses.

Em fevereiro, o preço da cesta básica subiu em 15 das 18 capitais. As maiores altas ocorreram em Recife (8,35%), Fortaleza (7,22%), e João Pessoa (7,11%). Vitória (-0,63%), Goiânia (-0,56%) e Brasília (-0,24%) foram as únicas a registrar queda. São Paulo continuou sendo a capital onde a cesta básica foi mais cara em fevereiro: R$ 326,59. Depois, aparecem Porto Alegre (R$ 318,16), Florianópolis (R$ 314,46) e, com valor semelhante, Manaus (R$ 314,18). Os menores valores médios foram em Aracaju (R$ 238,40), Campo Grande (R$ 269,38) e Salvador (R$ 270,04).

No acumulado dos dois primeiros meses de 2013, as 18 capitais apresentaram alta nos preços da cesta básica. As maiores elevações situaram-se em Salvador (18,90%), Natal (18,20%) e Aracaju (16,83%).

Em 12 meses, as maiores variações ocorreram em Salvador (32,03%), Natal (29,82%) e Fortaleza (29,29%). As menores variações foram em Goiânia (14,06%), Belém (15,21%) e Rio de Janeiro (16,46%).

Em fevereiro, o produto que teve alta mais generalizada entre as capitais (17 de 18) foi a farinha de mandioca, por causa da quebra da safra no Nordeste. Os preço dos feijão e do tomate ficaram mais caros em 16 capitais. A carne bovina, produto de maior peso na composição do valor da cesta básica, ficou mais cara em 11 das 18 capitais pesquisadas. Houve queda nos preços do arroz em 14 cidades.

Com base no custo apurado para a cesta de São Paulo, o Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.743,69, 4,05 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678 mensais.