Título: Índice da baixa renda recua
Autor: Machado, Tainara
Fonte: Valor Econômico, 08/03/2013, Brasil, p. A3

Apesar da queda no preço da energia elétrica ter puxado a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) em fevereiro, o núcleo do indicador, medida que exclui as principais quedas e as mais expressivas altas, se manteve em nível mais alto.

De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) André Braz, enquanto o indicador desacelerou para 0,17%, a menor taxa em quatro anos para mês de fevereiro, o núcleo do índice subiu 0,75%.

Braz lembrou que a tarifa teve grande influência no indicador em fevereiro porque tem peso expressivo na composição do orçamento das famílias com renda de até 2,5 salários mínimos mensais, universo aferido pelo índice. A redução na tarifa de eletricidade residencial, anunciada pelo governo, fez os preços caírem ainda mais em fevereiro (14,08%) ante o recuo de 5,24% registrado em janeiro.

Para março, o técnico espera uma taxa em torno de 0,50%. Isso porque o impacto do recuo de tarifa de energia já foi captado pelo indicador e não deve aparecer mais nas próximas apurações do IPC-C1. "No curto prazo, não devemos contar com taxas próximas a 0,17%, nos próximos meses", avaliou Braz.