Título: Indicadores sugerem alta do PIB no primeiro trimestre, diz diretor do Ipea
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 12/01/2005, Brasil, p. A3

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) trabalhava com uma projeção de crescimento de 0,6% para o PIB do último trimestre do ano, mas o diretor de macroeconomia da instituição no Rio, Paulo Levy, acredita que poderá ficar perto de 1%, caso a indústria cresça em dezembro em relação a novembro, conforme sugerem indicadores de produção de automóveis e papelão ondulado. Mesmo assim, Levy mantém a previsão de uma taxa de crescimento do PIB de 5,2% em 2004. Levy espera que parte do resultado positivo da produção industrial prevista para dezembro se dê em função do desempenho do comércio, que a seu ver tem surpreendido com vendas bastante fortes, como revelaram pesquisas pós-Natal. Esse aquecimento do varejo poderá desaguar em um movimento forte de reposição de estoques nas indústrias em janeiro e fevereiro, sustentado em parte pelo bom desempenho dos bens semi e não duráveis, cuja onda de recuperação levantada em novembro deverá se manter neste ano por conta da expansão do emprego e recuperação da renda. As estimativas do Ipea para o PIB do primeiro trimestre de 2005 são de crescimento de 0,8% em relação ao último trimestre de 2004, com a indústria crescendo 1,2%. Na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior a expectativa é de uma expansão de 4,0%. "Ainda não temos elementos para mudar estas projeções", destacou o diretor de macroeconomia do Ipea/Rio. A projeção de PIB do Ipea para 2005 permanece em 3,8%. Levy desenha um cenário para os próximos meses de crescimento sustentado em boa parte pelo consumo interno e investimento, já que as exportações deverão crescer menos esse ano que as importações. Em conseqüência, as exportações líquidas terão resultado negativo. O economista observou que a atividade da construção civil apresentou um desempenho mais fraco em novembro, crescendo 2,3% ante o mesmo mês do ano passado. Este resultado poderá influir na previsão de crescimento do Ipea para o desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 2004, de 12,3% em relação a 2003. Boa parte desse crescimento é ancorado na produção e importação de bens de capital (13,1%), com a construção civil apresentando taxa inferior, de 6,9%. O que culminaria com uma taxa de investimento no ano de 19,9% do PIB. A taxa de investimento poderá fechar 2005 em 21,3% do PIB. (VSD)