Título: Empresas descartam pressão sobre Cabral
Autor: Moura, Paola de
Fonte: Valor Econômico, 13/03/2013, Política, p. A7

O governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) não deve ser pressionado pelas prestadoras de serviço a honrar os pagamentos suspensos enquanto o Supremo Tribunal Federal não julgar a redistribuição dos royalties. "Nós decidimos apoiar o governador e suportar, dentro dos limites, a manutenção dos serviços", afirmou o presidente da Associação de Empresas Prestadoras de Serviço do Estado do Rio (Aeps-RJ), Marcelo Adib. "Vamos suportar enquanto tivermos fôlego".

No setor de construção civil, empresários também decidiram não se manifestar e aguardar o julgamento. "Nós não vamos entrar na Justiça. O governador quer criar um fato político, mas decidimos esperar", disse um executivo da área.

Na quinta-feira, depois da derrota no Congresso, Cabral anunciou a suspensão de todos os pagamentos do Estado. Só foram depositados os salários dos servidores públicos e as transferências municipais. O Estado alega que vai perder, este ano, R$ 1,3 bilhão e, até 2020, R$ 75 bilhões.

Apesar do apoio, a Aeps liberou suas empresas para entrarem na Justiça quando necessário. "Cada uma das empresas deve fazer quando achar necessário", diz o empresário. No entanto, grande parte delas já deve começar a receber parte dos atrasados. O governador anunciou, na noite de segunda-feira, que pagará os serviços essenciais das secretarias de Educação e de Saúde, para garantir o funcionamento de hospitais e de escolas.

A Secretaria estadual de Fazenda faz três pagamentos regulares mensais nos dia 7, 17 e 27. No último dia 7 deixaram de ser pagos R$ 82 milhões, dos R$ 470 milhões previstos para março.

Ontem, o governador ganhou fôlego para garantir a continuidade das obras do Metrô e de projetos esportivos da Copa. Os deputados estaduais autorizaram o Estado a contratar um empréstimo junto ao BNDES de R$ 3,031 bilhões que será destinado ao pagamento das obras do projeto de implantação da Linha 4 do Metrô da capital. As obras são executadas pelo consórcio Rio Barra S.A., formado pelas empresas Queiroz Galvão, Odebrecht, Carioca Engenharia, Cowan e Servix. A Assembleia também aprovou mais US$ 750 milhões (R$ 1,5 milhão) do Bank of America para o "Programa de Suporte aos Grandes Eventos Esportivos". O governo federal será o avalista e o Fundo de Participação dos Estados, serve de contrapartida.