Título: Pesquisa traz quadro favorável para Dilma
Autor: Junqueira, Caio
Fonte: Valor Econômico, 20/03/2013, Política, p. A10

Pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada ontem revelou um cenário muito positivo para o governo da presidente Dilma Rousseff.

A avaliação ótimo ou bom do governo subiu de 62% em dezembro para 63% em março. A aprovação pessoal da presidente cresceu de 78% para 79%. E a confiança na presidente, de 73% para 75%. Pela primeira vez, Dilma ultrapassou, na comparação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O índice dos que acham seu governo melhor do que o do antecessor subiu de 19% para 20%. Os que acham pior caiu de 21% para 18%. Aumentou os que o consideram igual: de 59% para 61%.

A pesquisa também aponta bons números nas áreas econômica e social. Dentre os entrevistados, a desaprovação à taxa de juros caiu de 51% para 50%. A desaprovação aos impostos caiu de 65% para 60%, ao passo que a aprovação subiu de 30% para 36%. Também melhoraram os dados de combate à inflação. A aprovação foi de 45% para 48%. No campo social, educação e saúde melhoraram, embora ainda se apresentem como áreas sensíveis do governo. A aprovação da saúde subiu de 25% para 32% e a desaprovação caiu de 74% para 76%. Na educação, a aprovação foi de 43% para 47% e a desaprovação de 56% para 50%.

Ao se comparar as primeiras pesquisas dos terceiros anos de mandato, ela supera os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em dois quesitos: avaliação da maneira de governar e confiança no presidente.

No primeiro, Dilma obteve 63% de ótimo e bom, contra 39% de Lula no mesmo período e 56% de FHC. No quesito confiança na presidente, Dilma obteve 75%, contra 60% de Lula e 68% de FHC.

Dilma obteve seus melhores indicadores desde o início do seu mandato. À aprovação da maneira de governar e confiança da presidente, soma-se a avaliação do governo. Começou com 56% de ótimo e bom em março de 2011, caiu para 48% em julho do mesmo ano e desde então seguiu em uma crescente até os atuais 63%. Um ponto a menos do que Lula no mesmo período.

O gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, lembra que a pesquisa foi a campo logo depois da inserção em rede nacional de rádio e televisão da presidente, o que pode ter influenciado seu resultado. "Deve ter um impacto, mas não tem como medir esse impacto." No entanto, disse haver uma "clara tendência de crescimento da avaliação da presidente a cada pesquisa". Ele elenca três fatores para isso. "Baixa taxa de desemprego, apesar da crise; políticas sociais e o carisma pessoal da presidente, os entrevistados colocam uma posição pessoal muito forte dela". Segundo ele, "a população brasileira obteve ganhos fortes de renda real e a própria inflação ainda não dilapidou essa conquista". Disse também que o governo tem conseguido produzir boas notícias, como a redução de impostos na cesta básica e de tarifas da energia elétrica.