Título: Agências brasileiras pedem ação do governo
Autor: Felício, César
Fonte: Valor Econômico, 19/03/2013, Internacional, p. A13

As agências de viagens de lazer e corporativas defendem uma ação do governo brasileiro com o objetivo de minimizar o impacto da taxa de 20% que a Argentina anunciou sobre as passagens aéreas e pacotes turísticos ao exterior, além dos gastos com cartão de crédito fora do país vizinho.

"Tanto no turismo de lazer quanto no corporativo o destino que mais emitimos bilhetes é a Argentina. Então temos que ajudá-los e eles têm que nos ajudar. O nosso governo tem que intervir para ver se consegue uma ação para diminuir essas restrições", afirmou o vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) e presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), Edmar Bull.

De acordo com ele, o impacto das taxas anunciadas ontem pelo governo argentino será menor no turismo corporativo. "No turismo de lazer, o impacto é bem grande, violento, porque a Argentina é um dos países que mais contribui com receita do turismo no Brasil. No turismo corporativo, os executivos têm que fazer negócios, então acho que o impacto é bem menor", disse Bull.

Para ele, o maior impacto para o turismo poderá ser registrado nos Estados com maior fluxo de turistas argentinos, tradicionalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia.

O diretor-geral da rede francesa de hotéis Accor para a América Latina, Roland de Bonadona, tem opinião parecida. "Quando a gente vê esse tipo de medida protecionista, elas afetam mais o turismo de lazer e menos o de negócios, porque o turista de negócios tem que viajar de qualquer jeito", afirmou Bonadona.

A TAM, a Gol e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informaram que não se manifestariam sobre o assunto.