Título: Centro será revitalizado com verba do PAC
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Fonte: Valor Econômico, 30/03/2007, Especial, p. A32

Aliado do novo governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, está colhendo os frutos da lua-de-mel vivida desde janeiro por Cabral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O município teve incluída entre as prioridades do Ministério da Cidade para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma verba de R$ 114,5 milhões para obras de revitalização do centro da cidade.

As obras incluem a construção de um condomínio de prédios com o qual o prefeito pretende substituir as comunidades do Parque Vila Nova e Parque Vila Ideal, que juntas compõem a favela do Lixão.

O valor, ainda pendente de aprovação pelo Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento (Gepac), é menos da metade dos R$ 250 milhões pedidos pelo prefeito. Ele agora pretende buscar em outras fontes o restante dos recursos.

Reis é ambicioso e às vezes proclama metas tidas como exageradas até por aliados, como o presidente da Associação Comercial e Industrial de Duque de Caxias, Getúlio Gonçalves. Um desses objetivos é o de remover ou urbanizar até o fim do seu mandato (2008) 60% das favelas do município e, ainda que não fale em disputar a reeleição no próximo ano, elevar o número para 100% em 2010.

Exageros à parte, o prefeito afirma que já está conseguindo seu primeiro objetivo: "Tirar Caxias das páginas policiais e colocar nas páginas de economia." Para isso ele conta com projetos próprios e com parcerias com os governos federal, estadual e também com o setor privado.

Um dos pilares desse novo dinamismo econômico tem sido a inauguração, em junho de 2005, do Pólo Gasquímico do Rio de Janeiro, localizado no principal distrito industrial da cidade, o de Campos Elísios.

Ao contrário do seu inspirador parisiense, o Campos Elísios de Duque de Caxias é um bairro industrial feio, poluído, mal-cheiroso, mas que abriga uma boa parte do PIB brasileiro, começando pela Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e passando por grandes plantas, como as da Petroflex (borracha sintética) e a da Suzano Petroquímica, além da própria Rio Polímeros (Riopol), que é o núcleo do Pólo Gasquímico.

As ruas esburacadas pelo tráfego diário de centenas de caminhões estão agora sendo transformadas em um corredor de transporte urbanizado, graças a investimentos de R$ 80 milhões que estão sendo feitos em parceria pelo Estado, o município e o setor privado.

Do governo federal, além dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que irão para urbanização, o município está esperando a concretização do chamado arco rodoviário do Rio de Janeiro, uma rodovia que, partindo de Duque de Caxias, vai contornar a capital até o porto de Sepetiba, interligando as principais zonas industriais da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o prefeito Washington Reis, o município precisa de R$ 500 milhões para executar seus planos nos próximos dois anos. Para este ano, segundo ele, já estão assegurados R$ 170 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que serão destinados para obras de urbanização e saneamento. Além desses, ele conta com os recursos do governo federal.

O aperfeiçoamento da arrecadação municipal será, segundo o prefeito, um forte propulsor desses investimentos. Ele pretende que a receita da Prefeitura, de todas as origens, passe de R$ 800 milhões neste ano para R$ 1 bilhão no próximo ano. (CS)