Título: Jamaica prorroga licitação para seis unidades do país
Autor: Barros, Bettina
Fonte: Valor Econômico, 03/04/2007, Agronegócios, p. B15

O governo da Jamaica prorrogou em 45 dias, desde ontem, o período para manifestação de interesse para licitação de seis usinas estatais do país. A intenção do governo é atrair investidores estrangeiros, sobretudo do Brasil, para investir em um setor considerado pouco competitivo.

A licitação havia sido aberta em junho do ano passado, mas a resposta dos investidores foi pequena. Em entrevista ao Valor, a cônsul honorária da Jamaica no Brasil, Maria Pia Bastos-Tigre, afirmou que apenas cinco grupos se manifestaram oficialmente - um da Índia, um de Trinidad e Tobago, dois da própria Jamaica e a brasileira Coimex Trading. A também brasileira Aracatu havia dados sinais de interesse, mas, segundo Maria Pia, não apresentou ainda a documentação. Com o atual bom momento do mercado de açúcar e álcool, o governo jamaicano acredita que poderá atrair entre dez e 12 grupos para esquentar a disputa.

"O número foi pequeno porque o governo tem recursos limitados para divulgar a licitação lá fora e a economia do país não é forte o suficiente para que as usinas privadas absorvam outras", diz Maria Pia. "Mas a Jamaica tem muito interesse que um brasileiro ganhe, em função da nossa tecnologia, experiência e know-how no setor sucroalcooleiro", acrescenta. A Coimex já possui uma destilaria de desidratação de álcool desde 2005 no país, em parceria com uma estatal.

A Jamaica pode se tornar um investimento estratégico, já que o país tem acordo de exportação preferencial com dois mercados fechados para o açúcar e o álcool brasileiros, os Estados Unidos e a União Européia. O bloco europeu importa açúcar de suas ex-colônias pagando quase o dobro do valor do produto no mercado internacional. No caso americano, a Jamaica desfruta da CBI (Caribbean Basin Initiative), pela qual seu açúcar entra nos EUA com isenção de impostos.

A Jamaica tem hoje operando 11 plantas processadoras. Cinco são privadas e seis estatais, que agora o governo quer privatizar para garantir produtividade ao setor. A produção total do país está estimada em 200 mil toneladas por ano, sendo que 126 mil toneladas são exportadas para a União Européia e outras 12 mil toneladas para os Estados Unidos. De acordo com Maria Pia, o país tem disponível cerca de 40 mil hectares para expandir o plantio de cana-de-açúcar.

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