Título: Empresários pedem reforma fiscal e na Previdência
Autor: Jayme, Thiago Vitale
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2007, Brasil, p. A4

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com as seis confederações empresariais, ouviu críticas e ressalvas sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No encontro com o Comitê Executivo de Ação Empresarial, os empresários disseram a Lula que o PAC não será bem-sucedido se não vier acompanhado de uma ampla reforma tributária e de ajustes na Previdência Social.

O deputado Armando Monteiro Neto (PMDB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou o teor da conversa com Lula. "Consideramos o PAC positivo. Demonstramos ao presidente que o PAC vai na direção correta, deve ser apoiado, aponta para investimentos na área de infra-estrutura que são indispensáveis mas a grande preocupação é a questão fiscal", disse Monteiro."Se continuarmos produzindo superávits à custa de aumento de carga tributária e não de contenção de gastos, o Brasil vai estar pactuando com o baixo crescimento permanentemente. O que impede hoje uma taxa de crescimento no Brasil é exatamente essa carga tributária asfixiante e insuportável", disse.

Monteiro negou que os empresários tenham vinculado o apoio ao PAC à condição de aprovação de uma reforma tributária. "Não foi uma condição. Mas lembramos que um processo de crescimento só será sustentável se houver um claro enfrentamento da questão fiscal, que significa conter gasto e equacionar a questão da Previdência a curto e médio prazo."

"O ajuste fiscal é uma peça-chave para que se tenha sucesso nessa disponibilização de recursos a mais que são necessários para o investimento", disse Jorge Gerdau. Ele revelou a preocupação das confederações com a execução dos projetos do PAC. "O sucesso do PAC passa por uma eficiência do processo executivo dos projetos do plano. Colocamos nossa disposição de participar do acompanhamento da evolução das medidas executivas." Armando Monteiro concorda: "O setor privado quer contribuir. Vamos oferecer ao governo permanentemente uma visão do programa, dos problemas, dos gargalos, das dificuldades da execução dos projetos."