Título: Índices do IBGE e FGV confirmam desaceleração da inflação em fevereiro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2007, Brasil, p. A5

Os índices de inflação divulgados ontem pelo IBGE e pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram desaceleração dos preços este mês em relação a janeiro. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), da FGV, registrou 0,27% em fevereiro, abaixo da variação de janeiro (0,50%). A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), do IBGE, subiu 0,46% este mês, após alta de 0,52% em janeiro.

O Índice de Preços por Atacado (IPA), que faz parte do IGP-M, avançou 0,21%, taxa inferior à registrada em janeiro, de 0,40%. Os bens industriais "puxaram" o índice e recuaram 0,09%, após alta de 0,33% no mês anterior. O índice relativo aos bens finais variou 0,21%, em fevereiro, ante 0,34% em janeiro. Excluindo-se os subgrupos alimentos "in natura" e combustíveis, o índice de bens finais registrou variação de -0,32%, em fevereiro, ante 0,37%, em janeiro.

Os bens intermediários variaram -0,16%, O subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, foi o principal responsável pelo decréscimo da taxa do grupo. No estágio inicial da produção, o índice de matérias-primas brutas variou 0,87%, em fevereiro, ante 0,74%, em janeiro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou variação de 0,43%, em fevereiro, ante 0,81% no mês anterior. Com exceção do grupo despesas diversas, que conservou o ritmo de alta do último mês, as outras seis classes de despesa do índice registraram decréscimos.

O grupo vestuário (-0,44% para -2,19%) foi o que mais contribuiu para a desaceleração do índice, graças ao item roupas, cuja taxa passou de -0,64% para -2,95%. A segunda maior contribuição para o recuo da taxa do IPC veio do grupo educação, leitura e recreação (1,54% para 0,67%), em que se destacou o item cursos formais (3,11% para 1,54%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,26%, em fevereiro, contra 0,45% no mês anterior. Apenas mão-de-obra apresentou decréscimo em sua taxa de variação, que recuou de 0,50%, em janeiro, para 0,02%, em fevereiro. O decréscimo foi conseqüência do fim do impacto dos reajustes salariais, por ocasião da data-base, em Recife e Belo Horizonte. No ano, a taxa acumula alta de 0,77%. Nos últimos 12 meses, o IGP-M fica em 3,67%.

De acordo com o levantamento do IPCA-15, do IBGE, o reajuste das mensalidades escolares pressionou a inflação em fevereiro. Elas subiram 4,26% e responderam por praticamente metade do índice geral (0,20 ponto percentual). Os cursos diversos subiram 3,55% e também puxaram o índice. O grupo educação variou de 3,48% em fevereiro, após 0,16% em janeiro.

O grupo alimentação e bebidas apresentou variação de 0,73%, muito próxima ao registrado em janeiro (0,74%). Os transportes, que haviam pressionado o índice anterior com 1,03% de variação, tiveram a taxa reduzida para 0,11%. A redução no grupo que detém 21% do total de despesa das famílias se deve principalmente à menor intensidade de alta das tarifas dos ônibus urbanos ( 3,29% em janeiro para 2,10% em fevereiro) e intermunicipais (de 3,26% para 1,08%).

Houve queda significativa nos preços da gasolina (de -0,42% para -1,53%). O álcool, por outro lado, ficou 3,14% mais caro em fevereiro, acumulando 6,79% de aumento em 2007. Os artigos de vestuário passaram de 0,37%, em janeiro, para -0,64% em fevereiro.