Título: Suzano traça plano para novo ciclo de investimentos
Autor: Vieira, André
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2007, Empresas, p. B8

A Suzano Petroquímica, controlada pela família Feffer, delineou seu plano de investimento para o período de 2008 a 2012, assim que completar o esforço atual de desembolso.

A companhia planeja investimentos de cerca de US$ 371 milhões na modernização e expansão de uma fábrica na Bahia e na construção de uma nova unidade fabril no Paraná.

"Os planos exigem investimentos marginais e custos competitivos", disse João Nogueira Batista, co-presidente da Suzano Petroquímica. "Não são planos mirabolantes, mas com o pé no chão", completou o executivo. Ele disse que os estudos iniciais já começaram e a expectativa é que a primeira decisão de investimento deva sair até o fim deste ano.

A Suzano prevê reformar a atual unidade industrial localizada no pólo petroquímico de Camaçari (BA), que entrou em operação em 1979. Nesta etapa, a intenção é aplicar US$ 97 milhões na unidade como forma de reduzir os custos fixo e variável, em 20% e 12%, respectivamente.

A fábrica tem capacidade de produzir 125 mil toneladas de polipropileno, uma resina termoplástica com larga versatilidade. Numa fase complementar, a idéia é aumentar a capacidade de produção para 200 mil toneladas anuais de polipropileno. Para isso, prevê-se investimentos adicionais de US$ 58 milhões.

A entrada em operação da unidade da Suzano está prevista para quase a mesma ocasião de outra unidade industrial planejada pela Braskem, também na Bahia. Na prancheta, a companhia, controlada pelo grupo Odebrecht, tem planos de operar entre 2010 e 2011 uma nova fábrica de 300 mil toneladas de polipropileno em Camaçari.

A Suzano pretende também erguer uma quarta unidade de produção de polipropileno - a empresa tem duas outras unidades em Duque de Caxias (RJ) e Mauá (SP), que passam por expansões de capacidade.

A quarta fábrica, que ficará no Paraná, terá 200 mil toneladas de produção de polipropileno. Assim, a Suzano utilizaria a matéria-prima - propeno - já contratada da refinaria da Araucária (Repar), da Petrobras nesse novo projeto. O investimento soma US$ 216 milhões, segundo estimativas iniciais da companhia.

Em paralelo com os sócios Unipar, Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Suzano analisa a possibilidade de aumentar a capacidade da Rio Polímeros (Riopol), prevendo adicionar mais 160 mil toneladas de polietileno, a resina mais usada pela indústria do plástico. O investimento foi previsto em US$ 100 milhões quando fechou-se o orçamento para a construção da empresa que opera o pólo gás-químico do Rio de Janeiro.

O executivo da Suzano disse que analisará as condições da economia brasileira e mundial para adequar a nova oferta de resinas no mercado. "Dependerá do crescimento da economia, mas estamos confiantes de que o PIB crescerá 3,5% a 4% ao ano", disse Nogueira Batista. A demanda por polipropileno cresceu 8,6% ao ano no período de 1994 a 2006, segundo dados da Abiquim.

As indústrias estão atentas ao crescimento. A Braskem, por intermédio de sua joint-venture com a Petrobras, deve pôr em operação em meados do ano que vem a Petroquímica de Paulínia, no interior de São Paulo. A Ipiranga também tem planos para uma nova unidade no Sul do Brasil.

Em 2004, o conselho de administração da Suzano aprovou o plano de investimento de cerca de US$ 110 milhões para ampliar a produção em cerca de 40%. O investimento previa a elevação da capacidade total de produção de 625 mil toneladas para mais de 900 mil toneladas, prevista para começar a operar em meados de 2008. O plano inclui um terminal marítimo orçado em US$ 17 milhões.

Com o total dos investimentos, a Suzano prevê chegar a capacidade de 1,470 milhão de toneladas de produtos por ano em 2012, o que significará um aumento de 3,5 vezes ao que a empresa tinha capacidade de operar em 2002.