Título: Volvo eleva exportação com contratos para Suécia e EUA
Autor: Olmos, Marli
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2007, Empresas, p. B10

A filial brasileira da Volvo vai tirar proveito do aquecimento da demanda de caminhões pesados na Europa. Como tem uma linha de produção de cabines igual à da matriz, na Suécia, a fábrica de Curitiba (PR) ajudará no abastecimento do mercado europeu este ano. Também por conta do excesso de trabalho na matriz, que também fornece componentes de motor para os Estados Unidos, a tarefa de exportação dessas peças para os EUA passará este ano para a unidade brasileira.

As vendas ao exterior já representaram 40% da receita obtida pela filial brasileira no ano passado, que somou R$ 3 bilhões. A fatia deverá ficar maior este ano, nas previsões do presidente da operação brasileira, Tommy Svensson. O executivo estima que com o aumento das vendas ao exterior e aumento de demanda no mercado brasileiro, o faturamento da companhia poderá crescer entre 5% e 10% em 2007.

Há pouco mais de quatro anos, o Brasil foi fornecedor das cabines que a Volvo precisa para vender mais na Europa. A linha de cabines de caminhão que foi inaugurada há 10 anos é capaz de produzir modelos iguais aos que são feitos em Umea, uma cidade localizada 200 quilômetros abaixo do círculo polar.

A filial brasileira chegou a mandar para lá entre 1,5 mil e 2 mil unidades por ano. A operação acaba de ser retomada com a necessidade de abastecer o mercado europeu. Mas, agora, explica Svensson, serão 5 mil unidades aproximadamente somente neste ano.

O mesmo aconteceu com os blocos de motores. No final do ano passado, a Volvo do Brasil iniciou a exportação desses componentes para a subsidiária do grupo nos Estados Unidos. Até então, essa unidade era abastecida pela própria matriz, na Suécia.

O contrato prevê o aumento do número de peças. Svensson estima que o volume chegará a 3,7 mil unidades este ano. "A transferência de abastecimento faz parte de uma política global da companhia; assim a globalização garante novos contratos para a filial brasileira", afirma.

A estratégia do grupo funciona independentemente da situação cambial. "O câmbio machuca um pouco, mas a companhia precisa aproveitar as capacidades que já estão instaladas", destaca o gerente Bernardo Fedalto.

Além dos componentes que seguirão agora para Suécia e Estados Unidos, a filial brasileira da montadora sueca também é responsável pelo abastecimento de caminhões e ônibus da marca na América do Sul.

No ano passado, a Volvo conquistou a liderança do mercado brasileiro de caminhões pesados, com a venda de 5.154 veículos. Isso representou um acréscimo de 9% em relação ao total de 2005.

A marca experimentou crescimento num ano em que o setor de caminhões pesados foi afetado pelas conseqüências de retração nos negócios do agronegócio. O mercado de caminhões pesados somou a venda de 19,6 mil unidades em 2006. Isso representou uma queda de 2,6% na comparação com o período anterior, quando as montadoras venderam 20,2 mil veículos da mesma categoria.

Há 30 anos no Brasil, a Volvo produz caminhões e ônibus em Curitiba, equipamentos de construção em Pederneiras (SP) e ainda vende motores marítimos e industriais.