Título: Transformadores planejam investir US$ 400 milhões a reboque da PQU
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 13/01/2005, Empresas &, p. B1

A indústria de transformação de plásticos deve investir pelo menos US$ 400 milhões em novos projetos na esteira da expansão da Petroquímica União (PQU), a central de matérias-primas da região do ABC paulista. O investimento faz parte de um valor total estimado de US$ 1 bilhão a ser aplicado pela cadeia petroquímica nos próximos três anos por conta da ampliação da companhia, segundo previsão do presidente da Unipar, Roberto Garcia, que é a principal acionista da PQU. Os projetos dos transformadores de plásticos devem ser decididos até o fim deste ano e início de 2006, segundo Garcia. "A terceira geração consegue estruturar seus projetos mais rapidamente do que os da primeira (central de matérias-primas) e da segunda geração (os produtores de resinas termoplásticas)", disse. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, avalia que expansão da PQU tranquilizará os empresários em relação à disponibilidade da oferta de matéria-prima. O contrato para o fornecimento do gás de refinaria - que permitirá a expansão da PQU - será assinado amanhã com a Petrobras. A previsão é que a nova capacidade da central de matérias-primas entre em operação em julho de 2007. "Mais do que um projeto de ampliação, a assinatura do contrato é a data zero para um novo ciclo de crescimento da petroquímica de São Paulo", disse Garcia. O último grande projeto de expansão da central de matérias-primas foi feito em 1996. Os projetos de primeira e segunda geração devem somar US$ 600 milhões. A PQU receberá investimentos de US$ 175 milhões, dos quais cerca de US$ 40 milhões serão aplicados pela Petrobras. A meta é aumentar em 200 mil toneladas a produção de eteno, que serve de matéria-prima para a produção das resinas. A Unipar deve investir outros US$ 140 milhões na Polietilenos União, sua subsidiária que produzirá até 200 mil toneladas de polietileno, usado pela indústria transformadora. Planeja-se a possibilidade de aumento de carga, o que permitirá um excedente de eteno para o suprimento de outras empresas. Além dos projetos da Unipar, outros investimentos devem ser atraídos. A Rhodia, fabricante de especialidades químicas, já sinalizou a intenção de ampliar sua produção de fenol e acetona em Paulínia (SP) recebendo um fornecimento extra de cumeno, produzido pela Unipar. A idéia é aumentar a produção anual de 165 mil toneladas para 200 mil toneladas. O projeto ainda não foi aprovado. A Oxiteno, empresa ligada ao grupo Ultra, e a Companhia Brasileira de Estireno (CBE) já teriam demonstrado o interesse em expandir sua produção. A Polibrasil, fabricante de polipropileno, também poderia utilizar parte do eteno em seu processo de produção para desenvolver novas aplicações. Em paralelo a expansão da PQU, a Petrobras, que faz desde o início da semana uma parada para manutenção da refinaria de Capuava, que exigirá R$ 60 milhões, já tem planos futuros. Até 2010, a estatal pretende gastar US$ 200 milhões no processo de melhoria da qualidade dos combustíveis.