Título: Exportações aumentaram com a conquista de novos mercados
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 10/01/2007, Especial, p. A14

A reorientação das exportações da Argentina para países exteriores ao Mercosul é uma das características marcantes constatadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) na política comercial do país.

As exportações pularam de US$ 26,4 bilhões, em 1998, para US$ 40,1 bilhões, em 2005. Nesse período, as vendas para o Mercosul caíram de 35,6% para 19,2% do total. As vendas para o Brasil passaram a representar em 2005 apenas 15,8% do total exportado, comparado a 30,1% em 1998.

O percentual de exportações para o continente americano e para a Europa declinou no total, enquanto aumentou para a Rússia, Ásia e África. América do Sul, Central e do Norte continuam, em todo caso, o principal destino das exportações argentinas com 52,5% do volume total exportado em 2005. Mas sua participação diminuiu principalmente por causa da queda das vendas para o Mercosul, o que significa essencialmente o Brasil. O comércio com os Estados Unidos aumentou. A parcela das exportações destinadas à Ásia aumentou, sobretudo pelo aumento das vendas para a China, que desbancou o Japão como primeiro mercado da Argentina na região.

Quanto às importações provenientes do continente americano, elas passaram de 52%, em 1998, para 63,4% do total em 2005. As compras procedentes dos outros membros do Mercosul, sobretudo do Brasil, aumentaram para 40,5%, o que reflete o acesso preferencial ao mercado argentino, que compensou em parte, segundo a OMC, o efeito da depreciação do peso argentino sobre as mercadorias do resto do bloco para aquele mercado. A participação dos Estados Unidos e União Européia caiu, enquanto as importações procedentes da China subiram fortemente.

Os produtos agrícolas representam 47,8% das exportações argentinas. As vendas de manufaturas só não crescem mais em razão da forte demanda interna. A OMC menciona estudo do Banco Mundial sobre uma irrealista liberalização total do setor agrícola mundial, que aumentaria o PIB argentino em 2% ao ano.

A Argentina é também o quarto maior produtor de petróleo bruto da América Latina e exporta 22% do total. Como terceiro maior produtor de gás natural, exporta 13% do total. As exportações de hidrocarburantes são submetidas a uma taxa que pode atingir 20%, somada a outra taxa de 25%.

Quanto a investimentos estrangeiros, a OMC não inclui o Brasil entre os principais países a colocar dinheiro na economia Argentina. Chile, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Itália estão entre os principais investidores, em atividades como petróleo, químicos, agroalimentar, automóveis e eletricidade. (AM)