Título: Nova Varig perde 44% da malha herdada
Autor: Campassi, Roberta
Fonte: Valor Econômico, 26/01/2007, Empresas, p. B3

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cancelou o direito de a VRG Linhas Aéreas, a "nova Varig", operar 119 linhas domésticas. Esse total corresponde a 44% da malha que foi herdada da antiga Varig.

A VRG poderia operar até 270 linhas dentro do país, direito adquirido quando comprou a parte operacional da Varig, em julho de 2006. Conforme a legislação do setor, a empresa aérea teve 30 dias para ocupar toda essa malha, contados a partir do dia 15 de dezembro, quando recebeu o certificado de companhia aérea. Porém, até o dia 14 de janeiro, data limite para a retomada dos vôos, a VRG operava apenas 151 linhas.

Do total de direitos cancelados pela Anac, 23 são "slots" (horários de pouso e decolagem) no aeroporto de Congonhas, o mais disputado pelas empresas aéreas nacionais. Agora, esses horários poderão ser distribuídos para outras companhias aéreas. Nos últimos meses, a VRG concentrou todos os esforços para ocupar o máximo de slots possíveis em Congonhas e evitar que eles fossem realocados.

A "nova" Varig informou, em nota, que está avaliando a decisão da Anac sobre Congonhas e vai se pronunciar nos próximos dias. Mas o advogado da empresa, Cristiano Zanin Martins, afirmou, também em nota, que a Anac quer tirar da Varig "justamente rotas de Congonhas que a empresa está operando com regularidade". Segundo ele, a aérea poderá mover ação na Justiça para garantir direitos.