Título: Goldman comprou bônus
Autor: Carvalho, Maria Christina e Balarin, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2007, Finanças, p. C8
O banco de investimento americano Goldman Sachs, que assessorou o BMC na operação de venda para o Bradesco, já tem um relacionamento antigo com a instituição financeira brasileira. Em setembro do ano passado, por exemplo, comprou US$ 15 milhões em títulos do BMC, com vencimento em março de 2008 e recebeu juros de 8,5% ao ano. A operação, na época, foi feita sob encomenda do Goldman.
O banco americano pretende atuar cada vez mais no mercado de crédito, principalmente de empréstimos-ponte para aquisições, conta Eduardo Centola, presidente do Goldman Sachs para a América Latina. "Queremos cada vez mais trazer para o Brasil nossa experiência em transações alavancadas nos Estados Unidos e vamos comprometer nosso capital de forma agressiva com nossos clientes brasileiros", conta. A instituição vai ampliar seu pessoal e trazer mais capital ao Brasil, informa ele.
O Goldman também está entre os líderes de operação gigante de aquisição alavancada em andamento: é um dos assessores da Companhia Siderúrgica Nacional na disputa pela anglo-holandesa Corus, que por enquanto está em torno de US$ 10 bilhões, sem considerar dívidas da Corus.
Segundo Centola, as aquisições alavancadas tendem a crescer neste ano no Brasil e contar com participação crescente dos fundos de private equity, que compram fatias ou empresas inteiras para depois vender com lucro. Também por isso ele aposta em um novo recorde no mercado de fusões e aquisições em 2007, depois dos US$ 71 bilhões de 2006, de acordo com os dados da Thomson Financial.
O Goldman Sachs, tradicional líder no Brasil em fusões e aquisições, manteve sua primeira posição no ano passado no ranking da Bloomberg, mas ficou em segundo lugar no ranking da Thomson que, por causa de mudanças de critério, não incluiu a fusão das subsidiárias brasileiras da Telecom Itália, de US$ 7 bilhões.