Título: Fraude pela internet cresceu 53% no país no ano passado
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 17/01/2007, Finanças, p. C3

Os hackers continuam infernizando a vida dos internautas interessados em usar bancos ou fazer compras pela rede mundial de computadores. As tentativas de fraudes pela internet no país cresceram 53% no ano passado, segundo dados divulgados ontem pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br).

Em 2005, foram registradas 27,3 mil tentativas de fraudes pela rede. Em 2006, foram 41,8 mil. Os números, porém, podem ser bem maiores que esses, pois o CERT.br considera só os dados reportados espontaneamente pelos usuários e administradores de redes.

As fraudes incluem o roubo de dados financeiros, como senhas bancárias e número de cartões de crédito. Entre as estratégias dos hackers para roubar dados, uma das mais citadas é o "fishing". O internauta recebe uma mensagem como se fosse de uma instituição conhecida, como um banco. O objetivo é induzir o leitor a acessar páginas falsas, projetadas para furtar dados pessoais e financeiros de usuários. Ou, ainda, mensagens com links para instalação de programas para furtar os mesmos dados.

Ao todo, o CERT.br recebeu, no ano passado, 197 mil incidentes relacionados à internet, alta de 191% em relação a 2005. Esses relatos incluem, além das fraudes, outras ocorrências, como os worms, que são capazes de se propagar automaticamente, enviando cópias de si mesmos de computador para computador. Só estes incidentes tiveram aumento de 532% no período. As fraudes representaram 21% do total. No anos anteriores, chegaram a representar cerca de 40%. A estimativa é que os bancos perdem mais de R$ 300 milhões por ano com fraudes virtuais.

Com esses números, o Brasil ficou, em 2006, na segunda colocação entre os dez países com maior número de acidentes reportados. O líder são os Estados Unidos, com 24,61% dos acidentes. O Brasil tem 21,18% e o Canadá, em terceiro lugar, tem 9,45%. A Argentina é a décima colocada da lista, com 2%.

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