Título: Juro do crédito sobe apesar da Selic menor
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Fonte: Valor Econômico, 13/02/2007, Finanças, p. C5

Os juros cobrados dos consumidores nas operações de empréstimo pessoal aumentaram em fevereiro, apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter dado prosseguimento à política de redução neste início de ano, embora de forma mais "conservadora". Segundo pesquisa da Fundação Procon-SP, a taxa média mensal para empréstimo pessoal subiu de 5,30% para 5,37% entre janeiro e fevereiro.

Em sua última reunião, no dia 24 de janeiro, o Copom reduziu o juro básico da economia (a Selic) de 13,25% para 13% ao ano, após cinco cortes de meio ponto percentual. Das dez instituições financeiras que fazem parte da pesquisa do Procon-SP, duas aumentaram os juros do empréstimo pessoal no período: HSBC (de 4,18% para 4,67% ao mês) e Banco Real (de 6,30% para 6,50% ao mês).

A única queda foi verificada no Bradesco, que baixou a taxa mensal de 5,59% para 5,57%. As demais instituições financeiras da amostra não alteraram suas taxas no empréstimo pessoal.

Na avaliação do Procon-SP, o comportamento do mercado financeiro reflete a cautela do Copom, que diminuiu o ritmo de corte da taxa básica de juros, provavelmente em razão das incertezas quanto ao comportamento da inflação e da demanda nos próximos meses.

Além disso, segundo o Procon, a maioria dos consumidores continua sentindo os efeitos dos gastos do final de ano e das despesas típicas do começo do ano.

Ao mesmo tempo, não sente ainda os efeitos práticos dessa queda da taxa básica da economia, uma vez que os juros continuam muito altos para o tomador de crédito.

Já a taxa média cobrada de quem entra no cheque especial, pelo quarto mês consecutivo, se manteve no patamar de 8,15% ao mês. Fizeram parte da pesquisa os seguintes instituições financeiras: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.