Título: MRS tem lucro recorde de R$ 178 milhões
Autor: Ribeiro, Ivo
Fonte: Valor Econômico, 31/10/2006, Empresas, p. B8

A MRS Logística, ferrovia que atua no principal mercado do Sudeste e focada no transporte de bens primários como minério de ferro, aço e outros produtos, anunciou ontem lucro trimestral recorde de R$ 178 milhões. O valor representa aumento de 55% em relação ao mesmo período de 2005. A receita líquida cresceu 17,4%, para R$ 556,5 milhões.

No acumulado de nove meses, a concessionária controlada por CSN, MBR (subsidiária da Vale do Rio Doce), Usiminas e Gerdau alcançou ganho líquido de R$ 391 milhões, com variação positiva de 28% sobre os mesmos nove meses do ano passado.

Júlio Fontana, presidente da MRS, atribui o resultado ao melhor desempenho operacional da ferrovia no trimestre. "A partir de junho retomamos o nível de cargas de minério de ferro e outros insumos para a CSN, que havia sido afetado com o acidente do alto-forno em janeiro". O transporte de julho a setembro somou 30,9 milhões de toneladas.

"Para o ano, ainda trabalhamos com a meta de 115 milhões de toneladas", afirmou. Se confirmado, esse volume representará aumento de 6,5% em relação a 2005. "Estamos operando no ritmo de 10,5 milhões de toneladas mensais". No acumulado deste ano, até setembro, a MRS transportou 83,8 milhões de toneladas. A previsão para 2007, com a CSN operando à plena capacidade e o início de suas exportações de minério da mina Casa de Pedra pelo porto de Sepetiba.

No trimestre, o resultado operacional (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), atingiu R$ 325 milhões, quase metade do valor apurado durante o ano - R$ 735 milhões.

Fontana espera que, passadas as eleições presidenciais, possa em breve retomar as negociações para construção do ferroanel de São Paulo, obra que vai tirar o transporte de cargas do centro da capital paulista, no mesmo trajeto de trens de passageiros. A MRS já apresentou projetos ao governo, que estão sob análise de uma consultoria contratada pelo BNDES.

"Aguardamos a validação para poder definir o modelo de negócio: PPPs, que é mais difícil, ou sistema de compensação, em que fazemos a obra e somos ressarcidos com desconto no pagamento trimestral da concessão", disse o executivo. O projeto, de 63 km e avaliado em R$ 900 milhões, já teria sinal verde da Casa Civil, da agência reguladora (ANTT) e ministérios de Transportes e Planejamento.