Título: Petróleo eleva déficit comercial
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Fonte: Valor Econômico, 11/05/2007, Internacional, p. A10

O déficit comercial dos EUA aumentou mais que o previsto em março. O resultado foi influenciado pelas compras de petróleo, que geraram a maior alta nas importações nos quatro anos. O déficit americano cresceu 10,4% em março, em relação a fevereiro, atingindo US$ 63,9 bilhões, informou ontem o Departamento do Comércio. As importações e exportações realizadas pelo país foram as segundas maiores já registradas.

O aumento do preço dos combustíveis também gerou, pelo terceiro mês consecutivo, uma elevação nos preços dos produtos importados, segundo informou o Departamento do Trabalho em um outro relatório.

E o maior avanço nos preços do petróleo desde junho do ano passado está eliminando os benefícios gerados pela desvalorização do dólar para as exportações americanas. A taxa de câmbio mais competitiva e a expansão das economias européias e asiáticas vinham ajudando a reduzir o déficit dos EUA, que em agosto passado alcançou o recorde de US 68,9 bilhões.

As exportações cresceram 1,8%, chegando a US$ 126,2 bilhões. As importações subiram a um ritmo mais acelerado: 4,5% atingindo US$ 190,1 bilhões.

As exportações foram puxadas pelo aumento dos embarques de automóveis americanos, de bens de consumo e de equipamentos de perfuração de campos de petróleo. Já a alta das importações se deveu ao aumento no volume de compras de petróleo e ao aumento dos preços do barril, de US$ 50,71 em fevereiro para US$ 53 em média em março. Os EUA importam dois terços do petróleo que consomem.

"Nós pagamos preços muito mais altos pelo petróleo importado em março e, francamente, isso só vai contribuir para um rombo muito maior em abril", afirmou Stuart Hoffman, economista- chefe do PNC Financial Services Group.

O déficit comercial dos EUA com a China encolheu para US$ 17,2 bilhões em março, ante os US$ 18,4 bilhões de fevereiro. As importações da China foram as menores desde maio de 2006, e as exportações para o país asiático atingiram seu recorde.

Nos primeiros três meses de 2007, o déficit dos EUA com a China cresceu para US 57 bilhões, contra os US 47,3 bilhões do primeiro trimestre de 2006, quantia que respondeu por quase um terço do déficit total do ano passado.