Título: Para Dilma, licença de usina é questão técnica
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Fonte: Valor Econômico, 15/05/2007, Brasil, p. A4

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o governo está buscando uma solução técnica para o problema do licenciamento ambiental das usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia. A ministra disse que não se trata de uma "escolha de Sofia" em alusão à uma eventual opção entre a preservação do meio-ambiente ou o desenvolvimento energético do país. "Isso não tem cabimento."

As usinas do rio Madeira, Jirau e Santo Antonio, ainda não obtiveram a licença prévia do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), em uma discussão que envolve o depósito de sedimentos na represa e o risco de extinção de várias espécies de peixes. Juntas, as duas usinas teriam custo de implantação de R$ 25,7 bilhões e sua capacidade total de geração seria de 6,48 mil megawatts (MW).

"Para o Madeira estamos procurando uma solução técnica envolvendo a questão dos sedimentos e um entendimento comum para o problema da fauna, que inclui os bagres", disse Dilma. Segundo ela, o governo tem o entendimento correto da relação entre meio-ambiente e energia.

"Nós precisamos de energia para crescer, mas não podemos repetir erros históricos que resultaram em empreendimentos hidrelétricos desastrosos. É o caso da usina de Balbina, no norte do país", disse Dilma. Ela afirmou que é preciso buscar projetos que sejam renováveis, caso da hidrelétrica que causa impactos cujos efeitos podem ser minorados. Dilma participou da abertura do Fórum Nacional, no Rio.

Na sessão de debates, o senador Tasso Jereissati (PSDB) disse que não fosse o baixo crescimento da economia e a boa situação dos reservatórios que abastecem as hidrelétricas, o país já estaria vivendo um apagão elétrico. Jereissati disse que se tenta culpar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pela não aprovação de novos projetos de geração, quando, na verdade, o culpado é o governo. "O problema é de gestão pública, de má qualidade, que levará cada vez mais à perda de eficiência da máquina pública", disse. (FG).