Título: Bahia fica com novo investimento da Petrobras
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 13/01/2005, Empresas &, p. B6

A Petrobras já decidiu que a nova unidade de paraxileno, produto petroquímico básico para a fabricação de poliéster e garrafas de PET, será instalada na Bahia e não em Pernambuco, como era expectativa do mercado. A fábrica faz parte do pólo de poliéster do Nordeste, lançado no dia 22 de dezembro, em Brasília, em solenidade que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além da planta de paraxileno, o pólo terá duas outras fábricas, ambas em Pernambuco, uma de PTA (ácido teraftálico purificado) e uma de PET. O pólo une a Petrobras com a italiana Mossi & Ghisolfi (M&G). O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, disse que a fábrica de paraxileno ficará ao lado da refinaria Landulfo Alves, em Mataripe (BA), utilizando a matéria-prima produzida pela unidade de refino. Os pernambucanos esperavam que a fábrica funcionasse como um chamariz para a instalação de uma refinaria no Estado, em associação da Petrobras com a venezuelana PDVSA e com a empresa Renor. Costa disse que a unidade de paraxileno será 100% da Petrobrás. O investimento é estimado em mais de R$ 1 bilhão. Já a planta de PTA, que é a fase seguinte de elaboração do paraxileno, será uma associação da estatal brasileira com a M&G e será instalada no complexo industrial e portuário de Suape, no município de Ipojuca, próximo a Recife. A fábrica de PET, plástico duro usado, principalmente, na produção de garrafas para bebidas, ficará na mesma localização, e, segundo foi anunciado, será a maior unidade do mundo no gênero. De acordo com o diretor da Petrobras, a fábrica será 100% do grupo italiano. A M&G já possui uma fábrica de poliéster na área de Suape. Costa disse ao Valor que, dentro da diretriz de fazer do setor petroquímico novamente prioritário para a Petrobras, a empresa vai investir na segunda geração do novo pólo petroquímico a ser criado com a construção da refinaria petroquímica para óleos pesados, chamada tecnicamente de unidade petroquímica básica. O pólo ficará no Estado do Rio de Janeiro, em localização a definir (a estatal prefere a área do porto de Sepetiba, ao sul da capital) e terá investimento de US$ 3 bilhões somente na unidade básica. Já estão certas as participações, junto com a Petrobras, do grupo Ultra e da BNDESPar, a empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estatal busca outro parceiro de peso, que pode ser a chinesa Sinopec. Costa disse que na segunda geração a Petrobras admite ser minoritária. "Na segunda geração podemos ser minoritários, mas participando da gestão. É uma condição sine qua non", explicou. Costa disse também que a Petrobras ainda não definiu com quem vai se associar para a construção de uma planta de ácido acrílico junto à refinaria Gabriel Passos, em Belo Horizonte. O ácido acrílico é matéria-prima para a produção de várias resinas e também de SAP, um absorvente usado em fraldas descartáveis. A produção será de 140 mil toneladas/ano. "Estamos em fase de definição de tecnologia", disse.